Feira de Santana registra crescimento nas contratações de trabalhadores acima de 50 anos
Embora a faixa de 18 a 24 anos siga como a mais contratada, a soma das admissões de 40 a 64 anos já coloca esse público como a segunda faixa mais positiva no saldo de empregos
Feira de Santana vem apresentando um cenário positivo no mercado de trabalho para pessoas com mais de 50 anos. Dados recentes do Caged mostram que, no primeiro semestre de 2025, a faixa etária entre 50 e 64 anos passou de saldo negativo em 2024 para mais de 130 admissões neste ano, um resultado que, segundo o diretor da Casa do Trabalhador, Magno Felzemburg, reflete a reação da economia e a valorização da experiência profissional.
“Fiquei muito feliz com esse resultado. Nossa cidade tem conseguido gerar vagas, e isso é motivo de gratidão. Estamos vendo empresas que já têm programas como o 50+, contratando pessoas acima de 50 anos. Antes, esse público era visto como velho para o mercado, hoje volta a ter espaço”, afirmou Magno.
Ele destacou que, embora a faixa de 18 a 24 anos siga como a mais contratada, a soma das admissões de 40 a 64 anos já coloca esse público como a segunda faixa mais positiva no saldo de empregos.
“O trabalhador mais maduro agrega pela sua experiência, pelo compromisso com horários e pela forma de lidar com situações delicadas, como reclamações de clientes. Isso fortalece a equipe e estimula também os mais jovens”, acrescentou.
Magno lembrou que a Casa do Trabalhador mantém o site da Prefeitura atualizado diariamente com vagas de emprego.
“As vagas são atualizadas todos os dias às 15h. Algumas permanecem por uma semana, mas há outras que em poucas horas já são preenchidas. Por isso, quem está em busca precisa ficar atento”, orientou.
Ele citou como exemplo o setor de call center, que ainda enfrenta dificuldades para preencher as oportunidades disponíveis.
“Recebemos pedidos para 300 vagas, mas muitas vezes aparecem apenas 100 pessoas. Antes, quando oferecíamos 200 vagas, tínhamos 500 candidatos. Hoje é diferente, mas ainda é uma grande porta de entrada para quem busca o primeiro emprego ou precisa conciliar com estudos”, destacou.
Apesar dos avanços, Magno fez um alerta em relação aos profissionais com diploma universitário. Segundo ele, o saldo de contratações para quem possui ensino superior segue negativo.
“Infelizmente, o mercado não tem absorvido como deveria. Muitas empresas preferem contratar por meio de pessoa jurídica, sem assinar carteira, o que prejudica o trabalhador e também o INSS. Isso preocupa, porque muitos pais investem pesado na formação dos filhos e depois enfrentam essa dificuldade de colocação”, disse.
Ele lembrou que o cenário não é apenas local, mas nacional e até mundial. “Na Alemanha, por exemplo, já se investe mais em cursos técnicos porque são os que têm dado retorno em termos de empregabilidade. O Brasil precisa repensar essa política para que o jovem que se forma não acabe frustrado ou em depressão por não conseguir colocação”, desabafou.
Mesmo reconhecendo os desafios, Magno Felzemburg mantém o otimismo com o futuro do mercado em Feira de Santana.
“Estamos vivendo um momento de amadurecimento. O jovem com garra e o trabalhador mais experiente juntos fazem a empresa crescer. Que Deus continue abrindo portas para o nosso povo e que possamos trazer ainda mais boas notícias sobre emprego e renda para nossa cidade”, finalizou.