Feira de Santana

Feira de Santana reajusta tarifa de ônibus; Confira novos valores

O novo valor entra em vigor assim que o decreto for publicado pelo prefeito.

13/01/2025 12h51
Feira de Santana reajusta tarifa de ônibus; Confira novos valores
Foto: Andrews Pedra Branca

A tarifa do transporte coletivo urbano em Feira de Santana foi reajustada após reunião do Conselho Municipal de Transportes nesta segunda-feira (13). O novo valor entra em vigor assim que o decreto for publicado pelo prefeito.

De acordo com o conselho, a mudança reflete um reajuste baseado em custos operacionais, como diesel, manutenção e aumento salarial dos rodoviários. Segundo o secretário de Mobilidade Urbana, Sérgio Carneiro, “não se trata de um aumento real, mas de uma atualização necessária para manter a operação do sistema”.

Foto; Robson Nascimento

A tarifa para quem utiliza o cartão de crédito eletrônico passou de R$ 4,75 para R$ 5,15, enquanto o pagamento em espécie passou de 4,90 para R$ 5,50. Para estudantes, o valor foi reajustado de R$ 2,35 para R$ 2,50. Já os idosos e portadores de deficiência continuam isentos, com o subsídio integral de 100% bancado pelo município.

O impacto do subsídio municipal

O secretário Sérgio Carneiro destacou que a prefeitura vem subsidiando parte significativa da tarifa para garantir o acesso ao transporte público.

Foto; Robson Nascimento

“O poder público está bancando 44% da tarifa para usuários do cartão eletrônico e 73% para estudantes. Isso é fundamental, especialmente para aqueles que não possuem veículos próprios e dependem do transporte coletivo”, afirmou.

Nos distritos de Bonfim de Feira, Tiquaruçu e Jaguara, onde as distâncias são maiores, a tarifa foi ajustada de 5,85 para R$ 6,30, com 32% subsidiados pela prefeitura.

“Esses locais sempre tiveram uma tarifa maior devido à distância, mas o conselho optou por manter o valor abaixo do proposto inicialmente”, explicou.

Além dos reajustes, Sérgio Carneiro enfatizou as ações da gestão para melhorar a qualidade do transporte público.

“Desde que assumi, estamos renovando a frota. Já temos muitos ônibus com ar-condicionado e maior capacidade de passageiros. Três bairros já são 100% atendidos por veículos climatizados, e as linhas universitárias oferecem deslocamentos mais rápidos pelos corredores do BRT”, destacou.

O secretário também mencionou os desafios enfrentados em áreas como o Feira VI, onde o transporte é dificultado pelo estacionamento irregular e a ocupação de vias por bares e restaurantes.

“Estamos buscando soluções para atender essa comunidade universitária, mas há limitações estruturais que precisam ser resolvidas em conjunto com os moradores”, pontuou.

Sérgio Carneiro detalhou a fórmula usada para calcular o reajuste, que considera 19% de impacto do diesel, 36% das demais despesas, medidas pelo INPC, e 45% relacionados ao aumento salarial dos rodoviários.

“Esses índices garantem que o sistema funcione sem prejuízos. É um desafio que o município arca sozinho, já que não há um fundo nacional para mobilidade como temos na saúde ou na educação”, explicou.

Para a população, o secretário reforçou que o objetivo do reajuste é assegurar a sobrevivência do sistema e a continuidade do serviço.

“O transporte público é um direito constitucional. Nossa prioridade é garantir que os trabalhadores, estudantes e demais usuários tenham acesso ao serviço com qualidade e segurança”, concluiu.

Apesar das justificativas, a coordenadora geral do Diretório Central dos Estudantes da UEFS, Isabele Silva, criticou o aumento e questionou a composição da tarifa.

Foto; Robson Nascimento

“Nós, estudantes, fomos a única categoria contrária a esse reajuste na reunião. Pedimos a reavaliação da tarifa porque ela é baseada em uma frota maior do que a que realmente circula hoje. Além disso, muitos ônibus não têm cobradores e não são zero quilômetro, o que compromete a qualidade do serviço”, destacou.

Isabele também apontou que as condições atuais do transporte não justificam o aumento.

“É absurdo que a gente pague R$ 4,75 por um serviço deficitário, e o reajuste para R$ 5,15 torna isso ainda pior. Lutaremos pelo nosso direito à cidade e à mobilidade, reivindicando algo que é essencial para a população”, afirmou.

Tabela de tarifas e subsídios

A tarifa técnica, que reflete o custo real por passageiro, é de R$ 9,26.

*Com informações do repórter Robson Nascimento

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