Feira de Santana pode crescer acima da média nacional na indústria, projeta presidente do Conselho do CIFS
Segundo ele, indústrias de alimentos, mecânica, montagem, gesso e borracha têm ampliado sua atuação no município.
Na esteira do Dia da Indústria, celebrado em 25 de maio, o presidente do Conselho do Centro das Indústrias de Feira de Santana (CIFS) e também presidente do Sindicato dos Panificadores, João Batista Ferreira, avaliou o cenário atual e as perspectivas para o setor industrial no Brasil e, em especial, em Feira de Santana
Segundo projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a indústria brasileira deve crescer 2% em 2025 — um desempenho mais modesto que o de 2024. Para João Batista, o número é aquém do necessário.
“Temos certeza absoluta que é um crescimento, mas deverá e precisa ser maior. Não pode ser esse crescimento de 2%, porque nós ficamos muito tempo atrasados, perdendo tempo com a nossa industrialização. Agora é hora de uma reindustrialização, com inovação”, afirmou.
Ele destaca o trabalho da CNI como essencial nesse processo: “É um trabalho feito realmente pela Confederação Nacional da Indústria. Ela tem que programar e passar para todos nós para que as indústrias possam aproveitar o que está sendo proposto e alcançar o patamar da Indústria 4.0 — e, futuramente, a 5.0”.
Quando questionado sobre quais setores puxarão esse crescimento em 2025, João Batista evitou apontar um setor específico.
“Todos os setores estão mais ou menos juntos nesse crescimento. Feira de Santana, por exemplo, tem uma variedade muito grande no parque industrial. Por isso, quando as crises chegam, elas chegam por último aqui”, explicou.
Segundo ele, indústrias de alimentos, mecânica, montagem, gesso e borracha têm ampliado sua atuação no município.
“Temos duas ampliações grandes agora. A Vipal Borrachas, que é uma das maiores indústrias de Feira, está fazendo uma grande ampliação. É uma empresa nacional, com sede no Rio Grande do Sul, mas cuja maior fábrica está aqui”, disse.
Além disso, ele reforça que a atuação das federações estaduais também contribui para o fortalecimento do setor.
“A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) acompanha o que vem de Brasília, mas atua ainda mais fortemente no interior, onde estão as pequenas indústrias e também grandes empresas como temos em Feira.”
Para João Batista, Feira de Santana tem todas as condições de crescer mais do que a média nacional.
“Acredito que Feira de Santana vai conseguir. Sempre se destacou e andou na frente nesse aspecto. Com as ações em andamento, acho que vamos superar esse índice de 2%”, afirmou.
O maior desafio hoje, segundo ele, é a mão de obra qualificada. “Todo mundo fala: o jovem parece que não quer trabalhar, e muitos não se preparam para entrar numa indústria. Hoje, para entrar na indústria, tem que estar preparado”, lamentou.
Apesar disso, ele enxerga avanços. “Temos aqui boas escolas, o apoio do SESI, SENAI, IEL e SEBRAE. Mas ainda abrimos cursos no SENAI voltados para a indústria e, às vezes, não aparece aluno suficiente para formar turma”, pontuou.
João Batista também destacou o papel da educação para o fortalecimento da indústria.
“Feira de Santana se destaca também na educação, que é parte fundamental do que a indústria precisa e divulgar essas informações pelo rádio é essencial — chega longe”, finalizou.