Feira de Santana intensifica ações de combate à hanseníase durante o Janeiro Roxo
A hanseníase é tratável, e o diagnóstico precoce é essencial para evitar sequelas.
A hanseníase, doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, segue sendo um desafio de saúde pública no Brasil, que ocupa o segundo lugar mundial em número de casos. Em 2023, o país registrou quase 20 mil novos diagnósticos, sendo o Nordeste a região com o maior número de notificações. Feira de Santana não ficou de fora, registrando 63 casos em 2023, e em 2024, 86 casos.
Com o objetivo de conscientizar e combater o preconceito que ainda cerca a doença, a Prefeitura de Feira de Santana intensificou as ações da campanha Janeiro Roxo. Em entrevista ao De Olho na Cidade, Camila Cruz, dermatologista que integra o programa municipal de combate à hanseníase, explicou os principais aspectos da doença e seu tratamento.
“É uma doença infecciosa que acomete a pele e os nervos. Apesar de ser contagiosa, não há necessidade de isolamento do paciente, pois a transmissão não é tão fácil. Ela requer um convívio prolongado, sendo o maior risco entre os contactantes intradomiciliares”, afirmou.
Entre os sintomas de alerta, Camila destacou manchas na pele que podem ser avermelhadas, amarronzadas ou claras, com alteração de sensibilidade.
“Nessas áreas, o paciente pode perder a sensação de frio, calor, dor ou toque. Além disso, há casos de formigamento, dor em braços e pernas, cãibras frequentes e outros sinais que precisam de atenção”, alertou a especialista.
Sobre o tratamento, Camila frisou que ele é gratuito e acessível. “O paciente diagnosticado é encaminhado ao Centro de Saúde Especializado, onde uma equipe multiprofissional composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros e técnicos de enfermagem realiza o acompanhamento”, explicou.
Fabiane Soares, coordenadora do Programa Municipal de Combate à Hanseníase, detalhou as atividades da campanha Janeiro Roxo.
“Estamos organizando salas de espera para informar a população sobre os sinais e sintomas da hanseníase, além de reforçar a importância do diagnóstico e do tratamento. Também estamos distribuindo folhetos informativos e promovendo palestras nas Unidades Básicas de Saúde”, relatou.
Fabiane destacou ainda que as ações serão intensificadas nos dias 28 e 29 de janeiro, com a presença de especialistas para reforçar a conscientização.
“Queremos mostrar que o acesso ao diagnóstico é livre. Quem apresenta sinais ou sintomas pode procurar uma unidade de saúde para avaliação”, enfatizou.
*Com informações do repórter Rafael Marques