Saúde

FDA retira tarja preta dos estrogênios e marca novo capítulo na saúde da mulher, destaca nutróloga

A reposição de estrogênio pode prevenir até 50% das doenças cardiovasculares, reduzir 64% dos casos de declínio cognitivo e 35% do risco de Alzheimer

12/11/2025 20h41
FDA retira tarja preta dos estrogênios e marca novo capítulo na saúde da mulher, destaca nutróloga

A decisão da FDA (agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos) de retirar a tarja preta dos estrogênios representa um marco histórico na saúde da mulher. É o que afirma a nutróloga Dra. Aline Jardim, que celebrou a mudança como um passo importante para derrubar o tabu que envolveu a reposição hormonal nas últimas duas décadas.

“Hoje nós travamos um marco na história da saúde da mulher. Algo que foi tabu durante 23 anos começa, enfim, a ser revisto. A FDA retirou a tarja preta dos estrogênios, reconhecendo que os riscos que constavam na bula não condizem com as evidências científicas atuais”, afirmou a médica.

De acordo com a Dra. Aline, o alerta de “risco aumentado de câncer, trombose e infarto” impresso nas bulas dos medicamentos hormonais desde 2002 foi resultado de um estudo equivocado, conhecido como WHI (Women’s Health Initiative), conduzido nos Estados Unidos.

“Esse estudo de 2002 foi mal direcionado. Utilizou um tipo de hormônio que não é mais usado — um derivado da urina de éguas prenhas — e incluiu mulheres já com doenças prévias, acima de 60 anos, e com mais de dez anos de menopausa. Ou seja, um perfil que não representa a realidade da mulher que inicia a reposição hormonal adequadamente”, explicou.

A médica destacou que, 23 anos depois, novas análises com mais de 26 mil mulheres mostraram que o uso de hormônios, quando bem indicado e acompanhado por um profissional, traz benefícios expressivos à saúde feminina.

“Esses novos estudos provaram que o WHI foi um erro. O próprio secretário de Saúde dos Estados Unidos pediu desculpas às mulheres por duas décadas de desinformação. Centenas de milhares de mulheres foram privadas de uma vida mais saudável por medo da reposição hormonal”, relatou.

Segundo a Dra. Aline, a reposição de estrogênio pode prevenir até 50% das doenças cardiovasculares, reduzir 64% dos casos de declínio cognitivo e 35% do risco de Alzheimer. Além disso, melhora a densidade óssea, reduz sintomas da menopausa, preserva a saúde vaginal e contribui para o bem-estar emocional.

“O estrogênio comanda o corpo da mulher: cérebro, músculos, coração, ossos, pele e até cabelos. Ele protege o coração, os ossos, a memória e a saúde íntima. Foram 20 anos em que as mulheres sofreram mais infartos, mais osteoporose e mais declínio cognitivo por conta do medo infundado da reposição”, ressaltou.

A nutróloga também alertou que a reposição deve ser individualizada e iniciada preferencialmente antes dos 60 anos ou até 10 anos após a menopausa, sempre sob avaliação médica.

“Não é porque retiraram a tarja preta que o uso é livre. A reposição deve ser feita com segurança, avaliação criteriosa e acompanhamento profissional. Mas agora, com essa revisão, as mulheres e os médicos ganham mais liberdade e segurança para cuidar da saúde”, afirmou.

Dra. Aline fez um apelo para que as mulheres não normalizem sintomas que indicam desequilíbrios hormonais:

“Fluxo menstrual intenso, cólicas fortes, constipação, distensão abdominal, esquecimento e falta de libido não são normais. O corpo fala, e nós precisamos escutá-lo. Procure um médico atualizado e que escute suas queixas — isso pode mudar completamente sua qualidade de vida”, concluiu.

A Dra. Aline Jardim atende em Feira de Santana e compartilha informações e orientações sobre saúde da mulher em suas redes sociais @draalinejardim e @institutodaplasticafeira.

Comentários

Leia também

Saúde
Urologista alerta para avanços e desafios na saúde do homem durante o Novembro Azul

Urologista alerta para avanços e desafios na saúde do homem durante o Novembro Azul

Diagnóstico precoce ainda é a principal arma contra a doença
Saúde
HEC realiza ensaio fotográfico em alusão ao Novembro Roxo e à causa da prematuridade

HEC realiza ensaio fotográfico em alusão ao Novembro Roxo e à causa da prematuridade

Com o tema “profissões”, a ação buscou inspirar famílias e profissionais
Saúde
Cardiologista explica como diabetes aumenta risco de arritmias e AVC

Cardiologista explica como diabetes aumenta risco de arritmias e AVC

O cardiologista destacou que tanto o diabetes quanto as arritmias podem ser silenciosos...