Falta de ar, tosse e chiado: saiba identificar sinais da DPOC, terceira causa de morte no mundo
Especialista reforça que mudanças de hábitos e atenção à saúde respiratória podem evitar complicações graves e melhorar a qualidade de vida.

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), terceira maior causa de óbitos no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é um problema crescente de saúde pública e ainda pouco reconhecido pela população. Em entrevista, a pneumologista Dra. Alana Medeiros explicou como a doença se manifesta, quais fatores elevam o risco e reforçou a importância do diagnóstico precoce.
Dra. Alana destaca que a DPOC é “uma doença bastante comum no nosso meio” e que costuma evoluir de forma silenciosa até limitar atividades simples do dia a dia.
Segundo ela, os primeiros sinais normalmente aparecem durante esforços maiores, mas progridem rapidamente quando não há tratamento adequado.
“O indivíduo começa a cansar nos esforços maiores e, conforme a doença avança, essa falta de ar tende a aparecer com esforços cada vez menos intensos, até mesmo no repouso ou ao tomar banho”, explica.

Além da falta de ar, outros sintomas são comuns:
“Alguns pacientes apresentam chiado no peito, dificuldade para permanecer deitado, especialmente de barriga pra cima, e também tosse — que pode ser seca ou úmida, com expectoração espessa e esbranquiçada.”
A pneumologista ressalta que procurar assistência médica logo ao observar sintomas respiratórios é fundamental.
“A DPOC necessita de diagnóstico precoce. Quando o paciente começa a cansar ou apresenta algum desses sintomas, a consulta com o pneumologista se faz necessária”, afirma.
Ela explica que várias doenças respiratórias podem se manifestar de forma semelhante, e somente o especialista é capaz de fazer o diagnóstico diferencial e definir o tratamento correto.
Embora outros fatores possam contribuir, a doença está fortemente associada ao uso de cigarro.
“De longe, o principal fator de risco para DPOC é o tabagismo, especialmente o ativo. Independente do tipo — tradicional, de palha, cachimbo ou charuto — todos aumentam muito o risco”, alerta.
A médica também enfatiza os perigos do tabagismo passivo e dos dispositivos eletrônicos.
“Vivemos um momento muito ruim de disseminação dos vapes. Apesar de não terem combustão, liberam substâncias tóxicas capazes de desencadear DPOC”, afirma.
No interior da Bahia, práticas culturais e condições de trabalho aumentam a vulnerabilidade da população.
“O contato com substâncias químicas, poluentes e fumaça de fogão a lenha ou de queimadas também pode desencadear a doença”, explica a pneumologista.
Dra. Alana reforça duas mensagens essenciais: cuidado ao primeiro sintoma e combate ao tabagismo.
“No surgimento de qualquer sintoma respiratório, é fundamental buscar o pneumologista para firmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.”
Ela ainda deixa um alerta claro sobre hábitos que devem ser evitados:
“O tabagismo é extremamente negativo, assim como permanecer em ambientes cheios de fumaça ou próximos a pessoas que fumam. Controlar o ambiente é importante para prevenir a DPOC.”
*Com informações do repórter JP Miranda






