EUA aprovam primeira pílula que trata depressão pós-parto
A nova pílula é um avanço no reconhecimento da DPP, que atinge cerca de 25% das mães de recém-nascidos no Brasil
Foi aprovada no início do mês pela FDA (Food and Drug Administration), agência americana que regulamenta e fiscaliza alimentos e remédios nos Estados Unidos, uma nova pílula que trata pacientes que sofrem de depressão pós-parto (DPP). O medicamento se chama zuranolona e surge como pioneiro para o quadro.
O remédio significa um avanço no reconhecimento da DPP, invisibilizada ao ponto que nunca houve uma forma de combate direto, mesmo com avanços científicos, tecnológicos ao longo da história. De acordo com o levantamento divulgado pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) em agosto de 2022, a DPP atinge cerca de 25% das mães de recém-nascidos no Brasil.
O ministério da Saúde define a depressão pós-parto como uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que acontece logo após o parto. Raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais agressiva e extrema da depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto. A depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo.
A FDA reuniu 196 mães norte-americanas com um grave quadro de depressão pós-parto. Elas participaram de 3 fases e foram divididas igualmente em dois grupos, enquanto um tomava a medicação zuranolona , o outro ingeriu placebo. O estudo revelou que todas tiveram um avanço na saúde mental. No entanto, as mães que tomaram o novo medicamento tiveram avanços muito mais significativos, que se mantiveram até quatro e seis semanas depois, de acordo com o estudo.
As informações provenientes da pesquisa clínica demonstram que o comprimido atua de maneira rápida, iniciando a atenuação da depressão em até três dias, um processo notavelmente mais veloz em comparação aos antidepressivos convencionais, os quais podem demandar até duas semanas ou mesmo mais para surtir efeito. Esse aspecto, aliado ao fato de que o comprimido é utilizado apenas durante duas semanas, ao invés de meses, pode incentivar um maior número de pacientes a aderir ao tratamento, conforme argumentam especialistas no campo da saúde mental perinatal.
*Metro 1