Ética e moral no cotidiano: Advogada esclarece diferenças e impactos nos ambientes pessoal, profissional e político
Segundo Dra. Lady Daiane, a distinção entre ética e moral é essencial para compreender nossos comportamentos e julgamentos sociais.
Em mais uma edição do quadro “Café com Lady”, a advogada Dra. Lady Daiane trouxe à tona um tema fundamental, mas ainda cercado de confusões: a diferença entre ética e moral. O debate partiu de uma sugestão de ouvinte e percorreu questões cotidianas, empresariais e políticas, com exemplos práticos e reflexões profundas.
Segundo Dra. Lady, a distinção entre ética e moral é essencial para compreender nossos comportamentos e julgamentos sociais.
“Quando falamos em ética, falamos em princípios universais, atemporais. Já a moral está ligada à cultura, ao local, ao tempo – é o que se considera certo ou errado em determinada sociedade”, explicou.
Ela cita o adultério como exemplo: “Em algumas culturas, ter mais de um parceiro é normal; no Brasil, é adultério. Isso é moral. Mas o princípio de fidelidade, por exemplo, é ético”.
A advogada destacou que, nas empresas, a ética deve ser praticada por meio de códigos de conduta e, principalmente, por uma cultura organizacional coerente.
“Ter um código de ética não adianta se o ambiente não promove escuta, transparência e valorização da integridade. Empresas que fiscalizam, treinam e acolhem seus colaboradores colhem melhores resultados”, afirmou.
Ela também alertou para a necessidade de coerência nos comportamentos, principalmente em tempos de crise: “É nos momentos difíceis que a ética da empresa e dos profissionais é realmente colocada à prova”.
Ao tratar da política, Dra. Lady foi direta: “Muitas pessoas deixam de acreditar na política porque ela se afasta do princípio da verdade. A honestidade é uma moral, mas a integridade é um princípio ético. Se um político não sustenta o que fala, perde sua credibilidade”.
Ela também criticou incoerências entre o discurso e a prática de alguns representantes públicos: “É comum ver quem criticava alianças ou práticas, depois se juntar ao que tanto reprovava. Isso fragiliza a imagem e gera desconfiança”.
A advogada fez uma crítica social ao comportamento coletivo: “As pessoas cobram muito do poder público, mas não cuidam do que recebem. Praças reformadas são depredadas. Falta consciência coletiva”.
No ambiente de trabalho, ela defende o “servir com excelência” como valor ético. “Não é só cumprir tarefa. É ter gratidão, integridade e zelo. O funcionário que veste a camisa da empresa cresce porque entrega mais do que o esperado”, disse.
Dra. Lady também observou uma mudança no perfil de novos empreendedores: “Eles buscam processos mais claros, registros e treinamentos. Não querem apenas ‘dar ordens’, mas estruturar bem suas empresas para evitar problemas e promover ambientes saudáveis”.
Durante a conversa, foi citada uma situação envolvendo a venda de carne estragada por duas empresas alimentícias durante um evento. Para a advogada, é um exemplo claro de falta de ética.
“É desrespeito total ao consumidor. A reputação da empresa é abalada, e a confiança, destruída. Isso mostra o quanto princípios éticos devem guiar todas as ações – mesmo as mais simples.”
Dra. Lady fez um chamado à autorreflexão. “É fácil criticar os outros. Difícil é fazer uma autoanálise e mudar. Mas só assim evoluímos como sociedade. Ética e moral estão conectadas. Princípios éticos dão base à moral. Se queremos um país melhor, temos que começar por nós mesmos.”