Estudo indica maior risco de morte por chikungunya mesmo após crise da doença
Um estudo recente, divulgado na prestigiada revista The Lancet Infectious Diseases, investigou o risco de mortalidade de indivíduos infectados pelo vírus da chikungunya durante um período de dois anos após os primeiros sintomas da doença.
Desde o início do ano, as infecções causadas pelo mosquito Aedes aegypt, como dengue e chikungunya, têm aumentado. Nestas últimas semanas, Acre, Minas Gerais, Goiás e o Distrito Federal decretaram estado emergencial após o aumento do número de casos de dengue, exigindo cuidado redobrado com o mosquito. Outras cidades veem os números aumentarem não apenas para esta doença, como para a chikungunya.
Um estudo recente, divulgado na prestigiada revista The Lancet Infectious Diseases, investigou o risco de mortalidade de indivíduos infectados pelo vírus da chikungunya durante um período de dois anos após os primeiros sintomas da doença.
Compreender as nuances entre as arboviroses é crucial para um diagnóstico eficaz e tratamento adequado. Enquanto a dengue se manifesta com febre alta e dores musculares, a chikungunya revela sintomas distintos, como febre moderada e intensas dores nas articulações.
A Dra. Mônica Marchinelli, reumatologista, destaca que essas diferenças não são apenas superficiais, mas podem desencadear complicações crônicas debilitantes, como a ‘artropatia induzida por chikungunya’.
“Entre as arboviroses, existem diferenças significativas nos sintomas e sinais apresentados. No caso da dengue, a febre alta é geralmente o sintoma mais proeminente, acompanhada por dores musculares e articulares, além de outros sintomas como dores de cabeça e erupções cutâneas. Já na chikungunya, a febre tende a ser mais baixa e é acompanhada por fortes dores, inchaço e vermelhidão nas articulações. A artrite nas mãos e nos pés é uma característica comum, associada à rigidez articular e dificuldade de movimento. É importante destacar que a chikungunya pode levar a complicações crônicas, como a chamada ‘artropatia induzida por chikungunya’, que pode resultar em dor e incapacidade funcional por longos períodos”, explica.
A Dra. Mônica ressalta a importância do diagnóstico precoce da doença.
“Durante os primeiros três meses após o início dos sintomas, é crucial que os pacientes busquem atendimento médico para o diagnóstico e tratamento adequados. Este período é fundamental para evitar complicações graves e garantir uma melhor qualidade de vida para os pacientes”, enfatiza.
A preocupação com a chikungunya vai além dos sintomas agudos da doença.
“Além do impacto imediato na saúde, a chikungunya pode desencadear processos inflamatórios crônicos nas articulações, e até mesmo contribuir para o desenvolvimento de doenças autoimunes”, conclui a Dra. Mônica.
Diante desse cenário, a conscientização sobre os sintomas e a busca por assistência médica adequada são fundamentais para enfrentar eficazmente o desafio representado pela chikungunya e suas consequências.