Educação

Estudantes da rede estadual do interior da Bahia desenvolvem biocombustível a partir do tamarindo

Fonte de energia limpa emite menos gases poluentes na atmosfera

19/07/2024 07h00
Estudantes da rede estadual do interior da Bahia desenvolvem biocombustível a partir do tamarindo
Foto: Divulgação/Secretaria de Educação do Estado

Quatro alunos da rede estadual de ensino do município de Araci, no nordeste baiano, estão vivenciando na prática o conhecimento teórico adquirido em sala de aula, no Centro Territorial de Educação Profissional (Cetep) Araci. Eles fazem parte do projeto Produção de Biocombustível Feito a partir do Tamarindo, que aposta numa solução renovável para a redução da emissão de gases poluentes no meio ambiente. No próximo ano, o grupo vai apresentar o resultado das pesquisas na Fecitec Girasoles, feira internacional, que vai reunir estudantes pesquisadores de todo o mundo, no Paraguai.

Além de ser uma fonte de energia limpa, pois emite menos gases na atmosfera, os alunos Keisla Fabian Silva, 17 anos, Jonatas Silva Lima, 18 anos, Sarah Moura Cruz, 17 anos e Isabel Silva Oliveira, 18 anos desenvolveram o produto a partir da polpa do tamarindo — fruta típica do Nordeste brasileiro —, causando a fermentação e destilação do álcool presente, desenvolvendo uma solução hidroalcoólica. O material ainda irá passar pela destilação, em que o líquido resultante, denominado mosto fermentado, passa por um processo para separar o álcool – etanol – do resíduo líquido que não foi fermentado.

Para a estudante Keisla Silva, a participação em projetos voltados para a ciência é uma oportunidade única de criar, por exemplo, algo que proporcione bem-estar para a comunidade e tenha reflexo direto no dia a dia das pessoas, como a utilização do tamarindo como fonte de energia limpa. “Estou animada para apresentar nosso projeto na Fecitec Girasoles, no Paraguai. Este projeto mostrou que podemos fazer a diferença, mesmo numa cidade pequena. Espero inspirar outros alunos a se envolverem em projetos científicos”, conta.

“A educação, a partir da iniciação científica, numa escola do interior da Bahia, promove uma verdadeira transformação na vida de toda a comunidade. Os alunos, protagonistas dessa mudança, passam a se sentir cada vez mais engajados e incentivados a desenvolverem outros projetos”, ressalta a professora orientadora do grupo, Pachiele da Silva. Ela destaca também a importância da inclusão de projetos científicos dentro da escola para o desenvolvimento do pensamento crítico e consciente acerca da sustentabilidade.

O próximo passo agora será fazer o comparativo do produto para testar a questão da qualidade. A expectativa dos alunos é iniciar a comercialização do biocombustível, oferecendo ao mercado uma solução renovável e de baixo valor. A indústria de biocombustível teve um investimento mundial de cerca de US$ 12 bilhões nos anos de 2021 e 2022, o maior já identificado pela Agência Internacional de Energias Renováveis.

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