“Estamos vivendo uma inflação de produção”, aponta economista
Solução para cenário envolve a criação de politicas econômicas de longo prazo
De acordo com novo relatório divulgado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a inflação brasileira está acima da média e entre as maiores do mundo. Dentro do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos 12 meses, o IPCA se acumulou em 11,89%.
Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, apresentado por Jorge Biancchi na rádio Princesa FM (96.9), o economista Francisco Silva explicou que a inflação atual provém de uma escassez de produção, e não de demanda.
“Estamos com uma inflação de insuficiência de produção e distribuição em diversos setores, além de déficit logístico e de infraestrutura. Por exemplo, fração dos alimentos, estamos com muitos grãos presos nos portos, devido a guerra da Rússia, que impede a distribuição pelo mundo. Isso está fazendo com que os grãos brasileiros, que eram para serem distribuídos aqui, sejam mais atrativos para serem exportados. Consequentemente o feijão, o arroz, a cebola, as frutas estão tendo um aumento significativo”, explica o especialista.
Aumento no preço de medicamentos também se torna um cenário comum, devido a dificuldade das indústrias de conseguirem matéria prima. Aumentos da taxa de juros e do desemprego intensificam a problemática, levando a uma estagnação.
Segundo o economista, o principal problema do Brasil, é não haver uma política econômica de longo prazo: “A nossa maneira de fazer política é sempre a curto prazo. Ficamos discutindo ideologias, e infelizmente, carecemos nas discussões sobre um projeto de 10 ou 20 anos”, alerta.
Assim, é necessário que a população se atente a propostas políticas que tenham vigência longa, pois ideias de curta duração, além de esgotarem rápido, podem gerar consequências ainda piores.