COP 30

Especialistas detalham como a coleta seletiva promove sustentabilidade e dignidade aos municípios

Coleta seletiva transforma vidas e fortalece a sustentabilidade nos municípios

01/11/2025 18h15
Especialistas detalham como a coleta seletiva promove sustentabilidade e dignidade aos municípios
Foto: Imagem ilustrativa/Reprodução

Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, da Rádio Princesa FM, o advogado Alexandre Pirôpo e o técnico logístico e administrativo Júnior Barreto explicaram a importância da coleta seletiva nos municípios, destacando seu impacto ambiental, social e econômico.

Alexandre Pirôpo destacou que a coleta seletiva vai muito além da preservação ambiental. Ela é essencial para a economia circular, a inclusão social e a segurança sanitária dos municípios.

“Esse trabalho é importante não só pelo prisma ambiental, porque permite que seja gerado menos lixo destinado aos aterros e lixões. Isso possibilita reaproveitamento, economia de recursos e inclusão produtiva para os catadores, garantindo renda justa e dignidade para essas pessoas”, explicou Alexandre.

Ele reforçou que a coleta seletiva reduz os custos municipais com a disposição final dos resíduos e beneficia a indústria local com materiais reciclados, promovendo uma verdadeira parceria em que todos ganham.

Júnior Barreto complementou:

“Hoje, conseguimos melhorar a renda dos catadores. Quem antes recebia R$ 200 ou R$ 300, agora pode chegar a R$ 1.500 ou mais. Além disso, promovemos educação ambiental, treinamento técnico e segurança no trabalho.”

Segundo Júnior, a implementação segue um passo a passo educativo e técnico:

  1. Triagem e separação: os catadores recebem treinamento para separar corretamente papel, plástico, metal, vidro e rejeitos.
  2. Processamento: o material é prensado e preparado para encaminhamento às indústrias.
  3. Distribuição e renda: os catadores recebem pagamento justo, e o material retorna ao ciclo produtivo.
  4. Educação ambiental: ações em escolas, feiras e comunidades incentivam a população a participar ativamente, criando cultura de sustentabilidade.

“A única coisa que não é reciclada é papel higiênico, absorventes, cotonetes e lixo úmido, que pode ser destinado à compostagem”, explicou Júnior.

Alexandre e Júnior destacaram que a coleta seletiva, quando estruturada, transforma vidas.

“Muitos catadores viviam em condições degradantes, nos lixões. Hoje, com associação formalizada, treinamento e suporte técnico, essas pessoas trabalham com segurança e dignidade, e seus filhos têm acesso à educação e creches”, disse Alexandre.

“O trabalho que realizamos é gratificante. Vemos pessoas com sorriso no rosto, podendo investir em suas famílias e vivendo de forma digna. É a prova de que a coleta seletiva é mais do que cuidado com o meio ambiente: é cuidado com as pessoas”, acrescentou Júnior.

O advogado Alexandre explicou que a coleta seletiva está respaldada por leis e decretos federais, garantindo segurança jurídica para municípios e associações de catadores:

“Hoje, 250 catadores em cinco municípios tiveram suas vidas transformadas. Eles passaram a receber treinamento, EPI, acesso à educação, saúde e moradia digna, tudo dentro da legalidade e com fiscalização adequada”, explicou Alexandre.

Júnior também esclareceu mitos frequentes:

“A coleta seletiva só funciona se a população fizer a sua parte. Separar o lixo úmido do seco em casa já ajuda muito”, reforçou Alexandre.

Alexandre e Júnior destacaram que a mudança cultural começa pelas escolas, onde crianças aprendem sobre reciclagem e levam o conhecimento para suas famílias.

“Na Europa, a coleta seletiva é cultura. No Brasil, estamos construindo essa cultura. É preciso que o poder público apoie as associações para que os catadores possam se organizar e gerar transformação social e ambiental”, disse Alexandre.

Impacto da COP30

O debate acontece em um ano de grande atenção internacional, com a COP30, que reunirá líderes globais para discutir mudanças climáticas e políticas ambientais. A cobertura especial do Jornal do Meio Dia e Olho na Cidade trará informações sobre como a sustentabilidade e a coleta seletiva podem ser fortalecidas em nível local e global.

“Estamos deixando um legado para as futuras gerações. O meio ambiente agradece, os catadores ganham dignidade, e os municípios economizam recursos públicos. É um ciclo virtuoso que precisa ser ampliado”, finalizou Alexandre.

Comentários

Leia também

COP 30
Geógrafo alerta para desequilíbrios climáticos e defende ações urgentes contra o aquecimento global

Geógrafo alerta para desequilíbrios climáticos e defende ações urgentes contra o aquecimento global

Segundo o professor, o momento exige ações concretas e não apenas compromissos teóricos....