Especialista explica que doença na Bahia não tem relação com mal da ‘vaca louca
A médica neurologista Renata Nunes explicou o quadro clínico dessa doença que é pouco conhecida.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento descartou que a morte de duas pessoas no estado da Bahia tenha sido causada por encefalopatia bovina, popularmente conhecida como doença da vaca louca, além das duas mortes outras três pessoas foram infectadas sendo que duas seguem hospitalizadas com infecção no cérebro.
A médica neurologista Renata Nunes explicou o quadro clínico dessa doença que é pouco conhecida.
“Tem havido algumas notícias e tem chamado muita atenção de todo mundo alguns dados sobre alguns casos de um quadro de encefalopatia que foi diagnosticado recentemente na Bahia e surgiu novamente à tona a questão da doença da vaca louca como sendo a causa do quadro clínico desses pacientes e pra isso eu preciso que fique claro uma coisa que é muito importante, existe uma doença chamada Creutzfeldt-Jakob (DCJ) que é um quadro que encefalopatia que pode acontecer por algumas situações específicas e talvez a confusão com a da vaca louca é porque são doenças que tem características muito semelhantes, mas a doença que esses pacientes apresentaram ela não é a doença da vaca louca ela é causada por uma proteína anormal que pode aumentar a quantidade no cérebro causando todos os sintomas clínicos da doença.”
Ainda segundo a médica, a doença ainda não possui cura.
“Infelizmente até o momento não se tem cura pra essa doença, não se sabe o que fazer para evitar que os indivíduos tenham o desfecho que todos eles têm. É uma doença rara, ela tem em torno de três a quatro causas e a causa esporádica que a que foi documentada nesses pacientes que apareceram em Salvado,r ela é uma causa que acontece de uma a duas pessoas por milhão de habitantes.”
A médica ainda descartou a relação da doença com o consumo de carne vermelha.
“Essa doença não tem relação com o consumo de carne, ela é causada pelo surgimento e proliferação de uma proteína que sofre mutação e começa a se proliferar no cérebro gerando algumas características clínicas específicas. A doença causada pela carne vermelha acontece em menos dos casos e tem outras características. 85% dos casos são casos esporádicos e de 5 a 10% tem componente genético, uma herança que vem de pai pra filho.”
Os sintomas mais comuns apresentados pelos pacientes são disfunções neurológicas.
“Elas podem manifestar clinicamente algumas características, o mais significativo e o que chama mais atenção é o quadro de demência, de comprometimento cognitivo que progride muito rápido, começam a ter dificuldade de realizar tarefas que antes realizavam com facilidade, como ir ao mercado, comprar alguma coisa, depois começam a ter dificuldade de vestir a própria roupa, de comer a comida com sua própria mão e isso evolui de forma muito rápida. Além desses sintomas pode haver também tremores generalizados que são bem característicos da doença.”
*Com informações do repórter Danillo Freitas