Especialista explica como o design afetivo pode conectar espaços e emoções
o design afetivo é uma ferramenta poderosa tanto para ambientes residenciais quanto comerciais, pois ajuda a criar espaços que refletem a personalidade e história dos indivíduos
Na última edição do Home News foi discutido como os ambientes podem influenciar nossa identidade e bem-estar com a designer de interiores Eli Rodrigues. O conceito central é o design afetivo, que se refere à capacidade dos ambientes de transmitir sensações e sentimentos, refletindo a personalidade e a história de quem os habita.
Eli Rodrigues explica que “o design afetivo trata dessas sensações transmitidas através dos ambientes. A nossa personalidade pode ser traduzida nos espaços da nossa casa. Através desse design, recarregamos as nossas energias, expressamos nossa história e sentimentos.” A principal finalidade dessa tendência é gerar uma sensação de pertencimento, aconchego e felicidade, valorizando a história do usuário e criando um espaço único que emociona e faz com que se sinta verdadeiramente em casa.
Mas como podemos alcançar essa afetividade no design? Eli destaca a importância de elementos pessoais como móveis de família, objetos herdados, lembranças de viagens e coleções pessoais.
“Esses elementos ajudam a contar a nossa história e despertar sentimentos de afeto”, afirma a designer. Mesmo sem itens específicos, é possível criar um ambiente afetivo através de iniciativas como o “faça você mesmo” e a decoração personalizada, que podem incluir desde uma parede pintada até o plantio de uma árvore.
Eli compartilha uma experiência pessoal, dizendo: “Eu tenho um pé de abacate na minha casa que me traz boas memórias da infância. Quando tiver a oportunidade, quero ter outro para passar essa memória para as próximas gerações.”
No contexto profissional, a criação de ambientes afetivos exige um entendimento profundo das preferências e histórias do cliente. Eli explica: “O profissional precisa analisar o gosto pessoal do cliente, ouvindo informalmente sobre sua origem, trajetória e experiências. A partir disso, cria-se um projeto que se ajusta ao espaço disponível.”
O design afetivo não se restringe apenas a residências; ambientes comerciais também podem adotar essa tendência. Eli ressalta que “ambientes comerciais hoje vão além da compra e venda. O foco é criar uma conexão afetiva com o público, o que pode levar a um aumento nas vendas. Lojas e restaurantes que proporcionam um ambiente agradável e que engaja os sentidos e emoções dos clientes se destacam no mercado.”
Por exemplo, Eli menciona que “espaços que são visualmente agradáveis, como aqueles onde as pessoas tiram selfies e compartilham nas redes sociais, são um exemplo de como o design afetivo pode ser aplicado no comércio.” Ela também destaca a importância de fatores como iluminação, que pode criar uma sensação de aconchego e fazer com que os clientes permaneçam e consumam mais.