Especialista analisa crescimento surpreendente de 3,3% do PIB brasileiro no segundo trimestre
O resultado positivo chamou a atenção de especialistas e trouxe sinais de recuperação para o país após os desafios enfrentados com a pandemia.
A economia brasileira registrou um crescimento de 3,3% no segundo trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023, superando as expectativas do mercado financeiro. Em relação aos primeiros três meses deste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional avançou 1,4%, conforme os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado positivo chamou a atenção de especialistas e trouxe sinais de recuperação para o país após os desafios enfrentados com a pandemia.
Para entender o que impulsionou esse crescimento e o que ele significa para a economia brasileira, o especialista em finanças empresariais, Leonardo Firmo de Almeida, gerente do CEAPE, analisou os dados durante uma entrevista ao programa Jornal do Meio Dia da Rádio Princesa FM.
Leonardo destacou três fatores principais que explicam o crescimento acima das expectativas.
“O primeiro ponto foi o consumo das famílias”, disse ele, referindo-se à recuperação gradual da renda após o período crítico da pandemia. “O desemprego caiu de 8% para 6,8%, e isso tem impacto direto no consumo.”
Além do consumo, o aumento dos gastos do governo e o crescimento dos investimentos em capital fixo pelas empresas, como máquinas e equipamentos, foram fatores determinantes. “Esses três elementos juntos fizeram o PIB crescer mais do que o esperado”, explicou.
Em relação aos setores da economia, o especialista apontou o comércio, a indústria e o setor de serviços como os maiores contribuintes para o avanço do PIB.
“O comércio está mais pujante no momento, puxando o PIB, mas os investimentos em máquinas e equipamentos vão fazer com que a indústria volte a contratar, o que deve aumentar ainda mais a renda das famílias”, afirmou.
Leonardo também destacou que, embora o crescimento seja positivo, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a inflação, que está sendo pressionada pelo aumento do consumo.
“O preço de produtos como o gás de cozinha tem subido, o que reflete a dificuldade de ajustar a oferta e a demanda nesse momento de retomada”, ponderou.
Um dos efeitos imediatos do crescimento do PIB é a geração de empregos. O especialista observou que, embora o desemprego esteja em queda, há uma dificuldade crescente na contratação de mão de obra qualificada.
“Se não capacitarmos essa mão de obra, vamos ter crescimento, mas não teremos trabalhadores preparados para atender à demanda”, alertou Leonardo.
Ele também reforçou a importância de controlar os gastos públicos para garantir um crescimento sustentável.
“Se o governo gastar mais do que arrecada, o país vai acabar se endividando, o que pressiona a taxa de juros e dificulta o crescimento a longo prazo”, comentou.
O crescimento de 3,3% no PIB colocou o Brasil entre os dez países com maior crescimento econômico no mundo, ocupando o sétimo lugar no ranking global.
“Foi um resultado surpreendente. O Brasil mostrou força, e isso motiva investidores e empresários a acreditar mais no país”, afirmou Leonardo. No entanto, ele ressaltou que o país precisa continuar investindo em tecnologia e educação para manter essa competitividade.
Para finalizar, o especialista enfatizou a importância de uma gestão financeira responsável, tanto no setor público quanto no privado. “O Brasil precisa aproveitar esses momentos de crescimento para arrumar a casa e investir com cautela”, concluiu.
A recuperação econômica do Brasil é evidente, mas o caminho para a sustentabilidade ainda exige ajustes e investimentos em áreas estratégicas. Como Leonardo Firmo de Almeida bem colocou: “Estamos no caminho certo, mas o otimismo deve ser acompanhado de cautela e planejamento.”