Saúde

Especialista alerta sobre riscos do uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento

O alerta da especialista é claro: o uso deve ser sempre supervisionado por profissionais habilitados para garantir a segurança do paciente.

26/10/2024 06h00
Especialista alerta sobre riscos do uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento

O crescente uso de medicamentos para emagrecimento, como o Ozempic, preocupa especialistas da saúde. Emília Pontes, farmacêutica do LabSantana, ressalta os perigos associados ao uso indiscriminado desses remédios, destacando as consequências tanto físicas quanto mentais.

“A maior consequência desse uso discriminado é a questão de perder os nutrientes, além de ter risco de efeito sanfona, que traz problemas à saúde física e mental”, alerta. Ela explica que há uma grande diferença entre perder peso e emagrecer, e que o uso de medicamentos deve estar alinhado a uma mudança de hábitos. “Se o foco é o emagrecimento, o medicamento vai entrar como um balanço para ajudar no processo. Não adianta usar o medicamento e não ter mudança de hábitos”, completa.

A farmacêutica chama atenção para o chamado “efeito sanfona”, um problema recorrente quando há uma rápida perda de peso e, após a suspensão do medicamento, o paciente volta a ganhar os quilos perdidos.

“Tudo que foi perdido em redução de peso, quando se suspende o medicamento, vai se recuperar, e esse novo ganho de peso é o efeito sanfona. Usar conforme a necessidade e promover a mudança de hábitos é o melhor caminho”, aconselha.

Um dos medicamentos que vem ganhando destaque é o Ozempic, originalmente desenvolvido para tratar diabetes tipo 2. No entanto, o fármaco tem sido usado fora da indicação médica para fins de emagrecimento.

“A Ozempic é um medicamento injetável para tratar diabetes tipo 2, mas ele tem um efeito off-label, que é o uso fora da recomendação da bula, resultando na perda de apetite”, explica.

Ela também alerta sobre os efeitos colaterais associados a esse uso. “Essa perda de apetite vem acompanhada de efeitos como enjoo e dor de cabeça. Temos pacientes que ficam totalmente inapetentes e não conseguem ingerir nem os nutrientes fundamentais para a sobrevivência”, enfatiza.

Dra. Emília reforça a importância do acompanhamento médico e a realização de exames laboratoriais para monitorar o impacto do medicamento no organismo.

“É preciso cuidado, recomendação médica e acompanhamento constante. Observar os exames laboratoriais é essencial para ter certeza de como estão as taxas de nutrientes no corpo”, conclui.

Por fim, ela lembra que o medicamento já alavancou o crescimento financeiro da empresa fabricante, que se tornou uma das mais valiosas da Europa, refletindo o aumento na procura por essas medicações. Porém, o alerta da especialista é claro: o uso deve ser sempre supervisionado por profissionais habilitados para garantir a segurança do paciente.

*Com informações da repórter Isabel Bomfim

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