Especialista alerta sobre feridas de difícil cicatrização e destaca tratamentos adequados
Muitas vezes a demora na cura está relacionada a problemas de saúde subjacentes ou a tratamentos inadequados.
A estomaterapeuta e feridóloga Áquilla Chahinne destacou, em entrevista ao programa Cidade em Pauta, da Rádio Nordeste, a importância do tratamento adequado para feridas de difícil cicatrização. Segundo a especialista, muitas vezes a demora na cura está relacionada a problemas de saúde subjacentes ou a tratamentos inadequados.
“Atendi uma paciente no SUS que tinha uma ferida há 40 anos. Quando chegamos à residência dela, ela já não acreditava mais na cicatrização, pois tentou diversos tratamentos sem sucesso. Na realidade, o problema estava no tratamento inadequado e em uma condição de saúde que não era tratada corretamente”, explicou.
A especialista enfatizou que doenças como diabetes e problemas circulatórios influenciam diretamente no processo de cicatrização.
“O diabetes compromete a imunidade e pode causar doenças arteriais e neuropatias, enquanto a insuficiência venosa pode não apenas dificultar a cicatrização, mas também ser a causa da ferida”, detalhou.
A recuperação também depende do comprometimento do paciente com os cuidados necessários. Dra. Áquilla contou que a paciente com 40 anos de ferida realizava até seis curativos por dia.
“Depois que adotamos o tratamento adequado e ela se comprometeu com os cuidados, a ferida cicatrizou em apenas três meses. Durante quatro décadas, ela sofreu, se isolou e perdeu qualidade de vida. Isso mostra como o tratamento certo faz diferença”, relatou.
Hábitos como hidratação, boa alimentação, higiene e repouso são essenciais para um bom resultado. Além disso, a especialista destacou sinais de alerta para feridas de difícil cicatrização, como presença de necrose, secreção excessiva, vermelhidão e inchaço ao redor da lesão.
Um dos mitos mais comuns sobre feridas, segundo a feridóloga, é a crença de que elas precisam ficar abertas para “respirar”.
“Isso é um erro. Uma ferida crônica ou profunda exposta está suscetível à infecção. O curativo protege contra bactérias e acelera a cicatrização”, alertou.
A Erisipela, uma doença comum, pode levar a feridas difíceis de curar se não for tratada corretamente. “Ela começa com uma simples coceira ou picada de inseto que rompe a pele, criando uma porta de entrada para bactérias”, explicou.
Perguntada sobre feridas que persistem por anos, Dra. Áquilla ressaltou que todas podem ter solução se tratadas adequadamente.
“Uma ferida de longa duração é resultado de um tratamento inadequado aliado a uma condição de saúde que não está sendo tratada corretamente. Procurar um especialista é essencial para evitar complicações”, finalizou.