A estomaterapeuta e feridóloga Áquilla Chahinne esclareceu os principais tipos de feridas e a importância do acompanhamento especializado no processo de cicatrização. Atuando na clínica Dr. Curativos, em Feira de Santana, ela destacou que muitos pacientes chegam ao consultório com lesões de difícil cicatrização.

Segundo Áquilla, os casos mais comuns envolvem pessoas com diabetes, problemas circulatórios ou em situações de acamamento prolongado.

“As feridas mais frequentes são úlceras plantares em pacientes diabéticos, úlceras venosas em quem tem insuficiência circulatória e lesões por pressão em pessoas acamadas. Também atendemos casos de complicações pós-cirúrgicas”, explicou.

A especialista ressaltou que o tratamento depende da origem da ferida.

“Uma ferida cirúrgica ou traumática tem, geralmente, um tempo de cicatrização mais rápido. Já uma ferida crônica, que pode persistir por meses ou até anos, exige investigação mais detalhada e abordagem diferenciada”, disse.

Com o envelhecimento populacional, aumentam os casos de lesões por pressão. A especialista alerta para a necessidade de prevenção.

“É fundamental orientar familiares e cuidadores. A nutrição, a hidratação e a mudança de posição são medidas que ajudam a evitar essas feridas em pacientes acamados”, destacou.

Áquilla fez um alerta importante aos pacientes com diabetes.

“Feridas em diabéticos não devem ser tratadas em casa. O risco de complicações é muito grande. Muitas vezes, além do tratamento especializado, é preciso acompanhamento vascular e multidisciplinar”, advertiu.

Ela recomenda que os diabéticos realizem avaliações periódicas, mesmo quando não há lesões.

“O ideal é que, a cada um ou dois meses, o paciente passe por uma consulta preventiva, para evitar que pequenas rachaduras ou calos evoluam para úlceras graves”, completou.

A estomaterapeuta também destacou os cuidados iniciais com queimaduras.

“As queimaduras de segundo grau, que formam bolhas, são as mais comuns. Nunca deve-se romper a bolha em casa ou usar produtos caseiros, pois isso aumenta o risco de infecção. O tratamento adequado pode acelerar a cicatrização em poucos curativos”, afirmou.

Sobre feridas infeccionadas, ela reforçou que precisam de acompanhamento imediato.
“Quando há aumento da dor, odor forte e excesso de secreção, já são sinais de infecção. Nesses casos, muitas vezes é necessário o uso de antibióticos e técnicas específicas de limpeza”, explicou.

Áquilla Chahinne reforçou que a missão da clínica é devolver esperança às pessoas.

“Muitos pacientes chegam sem acreditar que suas feridas possam cicatrizar. O que vemos é que, na maioria das vezes, o problema é a forma incorreta de tratamento anterior. Nosso objetivo é oferecer qualidade de vida e mostrar que é possível ter resultados”, concluiu.

A clínica Dr. Curativos funciona no edifício Ícone, na Av. Getúlio Vargas, 792, e atende pacientes com diferentes tipos de feridas, incluindo queimaduras, úlceras diabéticas e lesões por pressão.