Especialista alerta: Câncer colorretal é um dos mais preveníveis e pode ser evitado com exames regulares
Apesar da alta incidência, especialistas alertam que essa é uma das formas mais preveníveis da doença
O câncer colorretal, também conhecido como câncer do intestino, é o segundo tipo mais comum no Brasil, com cerca de 41 mil novos casos diagnosticados anualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Apesar da alta incidência, especialistas alertam que essa é uma das formas mais preveníveis da doença, podendo ser evitada com exames periódicos e mudanças no estilo de vida.
De acordo com o gastroenterologista Dr. Fábio Teixeira, credenciado à rede União Médica, a realização regular de exames como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia são fundamentais para a detecção precoce de lesões precursoras do câncer.
“Talvez esse seja o câncer mais prevenível que a gente tenha. Hoje temos exames que conseguem detectar a doença antes mesmo dela se manifestar clinicamente. Isso muda a história natural do câncer e pode salvar vidas”, explica o especialista.
Março Azul: um chamado à prevenção
Para conscientizar a população sobre a importância do rastreamento precoce, diversas entidades aderiram ao Março Azul, campanha mundial dedicada à prevenção do câncer colorretal. A GastroBahia, em parceria com movimentos sociais e instituições de saúde, abraçou essa causa com o lema “O diagnóstico precoce pode mudar a sua história”, reforçando que a detecção antecipada é a principal arma contra a doença.
Segundo Dr. Fábio Teixeira, um dos maiores desafios no combate ao câncer colorretal é o fato de ele ser silencioso em suas fases iniciais. “Muitas vezes, o paciente não sente nada nos primeiros estágios. E é justamente por isso que os exames são tão importantes. Quando detectamos pólipos – que são pequenas lesões benignas – durante uma colonoscopia, conseguimos removê-los antes que se transformem em tumores malignos”, explica o médico.
Quem deve fazer o rastreamento?
A recomendação médica é que homens e mulheres a partir dos 45 anos realizem exames regulares para rastreamento da doença. No entanto, em casos de histórico familiar ou sintomas suspeitos, a investigação deve começar mais cedo.
Entre os sinais de alerta para o câncer colorretal estão:
✔ Sangue nas fezes;
✔ Alteração no ritmo intestinal;
✔ Dor ou desconforto abdominal persistente;
✔ Perda de peso sem explicação;
✔ Fadiga e anemia.
Além do rastreamento, a adoção de hábitos saudáveis também desempenha um papel fundamental na prevenção. “Fatores como má alimentação, tabagismo, obesidade e sedentarismo aumentam o risco da doença. Manter uma dieta rica em fibras, evitar o consumo excessivo de carnes processadas e praticar atividades físicas regularmente são medidas essenciais para reduzir as chances de desenvolver o câncer colorretal”, reforça Dr. Fábio.
Pandemia impactou diagnóstico precoce
Durante a pandemia de Covid-19, muitas pessoas deixaram de realizar consultas e exames preventivos, o que levou a um aumento no número de diagnósticos tardios nos últimos anos. “Infelizmente, houve um impacto significativo na detecção precoce da doença. Agora, precisamos reforçar ainda mais essa conscientização para que as pessoas retomem seus exames e consultas médicas de rotina”, alerta o especialista.
O Março Azul é um momento de mobilização para lembrar que a prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar vidas. “Vestimos azul em março para reforçar essa luta. O câncer colorretal tem prevenção, tem rastreamento e, quando diagnosticado precocemente, tem cura. Convidamos a todos a se unirem a essa campanha e a cuidarem da própria saúde”, conclui Dr. Fábio Teixeira.