Eremita Mota afirma que autonomia marcou sua gestão na presidência da Câmara
Eremita destacou seu respeito pela imprensa e apontou o machismo como um dos principais desafios enfrentados por ser a primeira mulher a presidir a Casa.
A presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana, vereadora Eremita Mota (PP), encerrou seu mandato de dois anos à frente do Legislativo fazendo um balanço das realizações. Em entrevista ao portal De Olho na Cidade, Eremita destacou seu respeito pela imprensa e apontou o machismo como um dos principais desafios enfrentados por ser a primeira mulher a presidir a Casa.
“Tenho a consciência de um dever cumprido. Sempre procurei fazer o melhor por Feira de Santana, como, por exemplo, transformar essa Casa em um espaço mais bonito e aconchegante para todos que aqui chegam. Hoje, temos um ambiente climatizado e confortável, algo que há anos era solicitado”, afirmou.
Eremita também destacou sua postura de diálogo com a imprensa durante o mandato. “Sempre respeitei e respondi aos profissionais de blogs, rádio e TV. Sou uma pessoa muito verdadeira, então nunca evitei perguntas ou me esquivei de assuntos. No entanto, percebi um afastamento da imprensa no segundo ano, talvez por ser um período eleitoral, mas entendo que isso faz parte do processo.”
Ao ser questionada sobre as declarações recentes do prefeito, que classificou sua gestão como “a pior de todos os tempos”, Eremita rebateu as críticas: “Essa declaração é machista. Ele nunca aceitou uma mulher no comando, nem ele, nem alguns vereadores. Tenho certeza de que, se fosse um homem, ele não diria isso. É um tratamento diferente para as mulheres, algo que precisa mudar”, afirmou.
A vereadora também pontuou a autonomia do Legislativo como um incômodo para o Executivo.
“Essa Casa não foi um puxadinho do Executivo, como ele gostaria. Somos um poder constituído pelo povo e devemos ser respeitados. O prefeito queria que aprovássemos pedidos de empréstimos sem justificativa, algo que não aconteceu porque sempre buscamos responsabilidade e clareza.”
A vereadora encerra seu mandato afirmando que é preciso romper com o machismo estrutural na política.
“Espero que, no futuro, tenhamos uma sociedade mais igualitária, onde mulheres sejam respeitadas como líderes. No dia em que as mulheres se unirem de verdade, essa mentalidade machista será superada”, concluiu.
*Com informações do repórter Robson Nascimento