Durante o quadro Momento IDM Cardio, o cardiologista Dr. Germano Lefundes destacou a importância de adotar hábitos saudáveis desde cedo para garantir uma velhice com mais qualidade de vida. A conversa ocorreu em alusão ao Dia do Idoso, comemorado em 1º de outubro, e reforçou que envelhecer é uma conquista que deve ser acompanhada de cuidados com o corpo e a mente.

“Envelhecer é muito bom, mas é preciso que nós envelheçamos com saúde e qualidade de vida e isso começa muito antes, ainda na juventude, com as escolhas que fazemos todos os dias”, afirmou Dr. Germano.

Segundo o cardiologista, um estilo de vida saudável adotado o quanto antes traz repercussões positivas na vida adulta e na terceira idade. Ele explicou que o Brasil, assim como o mundo, vive uma transição epidemiológica, em que as doenças infecciosas deixaram de ser o principal problema de saúde, dando lugar às doenças crônicas e degenerativas, como o câncer e as doenças cardiovasculares, ainda líderes em mortalidade.

“Quanto mais cedo você melhora sua alimentação, faz atividade física e cuida do sono e do estresse, mais saúde você terá. É um investimento no futuro”, ressaltou. Ele comparou o cuidado com o corpo a um planejamento financeiro, no qual pequenas ações diárias funcionam como depósitos para garantir bons resultados ao longo do tempo.

Ao ser questionado sobre nutrientes essenciais para a saúde do coração, o médico destacou que não existe um alimento milagroso ou vilão, e sim a necessidade de equilíbrio e variedade.

“Hoje é muito comum demonizar certos alimentos, como o leite ou o glúten. Mas para a maioria das pessoas, eles não são prejudiciais. O problema está no padrão alimentar global”, explicou.

Ele chamou atenção para o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e bebidas açucaradas, como refrigerantes e sucos de caixinha.

“O segredo está em reduzir o consumo desses produtos e aumentar o de proteínas saudáveis, legumes e frutas. Quanto mais colorido for o prato, mais nutrientes você vai absorver”, afirmou.

Sobre a polêmica da gordura da carne, o especialista reconheceu que o assunto gera dúvidas, mas reforçou que o problema está no excesso.

“Não é comer picanha de vez em quando que faz mal, e sim o consumo frequente e o modo de preparo. Frituras e carnes gordas todos os dias aumentam o risco cardiovascular. O mesmo vale para o açúcar — o problema não é o docinho eventual, mas o uso diário e excessivo”, alertou.

Outro ponto destacado por Dr. Germano foi a privação do sono, especialmente entre os mais jovens, em razão do uso excessivo de celulares e redes sociais.

“Vivemos uma pandemia de distúrbios do sono. O ideal é dormir entre 7 e 9 horas por noite. Menos que isso aumenta o risco de doenças cardíacas, e mais do que isso também pode ser prejudicial”, explicou.

Ele defendeu o que chamou de “higiene do sono”, recomendando abandonar o celular e a TV uma hora antes de dormir, além de adotar hábitos relaxantes, como ler, ouvir música tranquila ou meditar.

O cardiologista reforçou que nunca é tarde para adotar hábitos saudáveis.

“A saúde é um ato contínuo. Mesmo que você tenha se descuidado por anos, sempre é possível melhorar. Pequenas mudanças, quando mantidas, trazem grandes resultados”, afirmou.

Dr. Germano incentivou o público a dar o primeiro passo, mesmo que simples: “Quando alguém começa uma caminhada, logo quer melhorar, muda a alimentação, dorme melhor e acaba influenciando positivamente quem está ao redor. Uma mudança puxa a outra.”

O especialista concluiu com um convite: “Abram o coração para a mudança. Envelhecer bem é possível, basta começar agora.”