Entidades médicas pedem à Anvisa medidas contra implantes hormonais no Brasil
Documento foi enviado à Anvisa no dia 21 de dezembro por sete entidades médicas
Em um comunicado endereçado ao presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, um conjunto de sociedades médicas alertou sobre o aumento alarmante na utilização indevida de implantes hormonais no Brasil. Esses implantes, que frequentemente contêm esteroides anabolizantes, “são divulgados como parte de estratégias que promovem um corpo perfeito e um suposto estilo de vida saudável“. As sociedades médicas pedem um controle mais rigoroso do uso dessas substâncias pela Anvisa.
A carta foi enviada ao órgão em 21 de dezembro e, junto com a declaração, foram anexados diversos posicionamentos, proibições relacionadas ao assunto pela própria Anvisa e matérias publicadas em jornais e programas televisivos, como o Fantástico e o G1. As instituições solicitam que a Anvisa aprimore o controle por meio da notificação de receita A ou através de sistema eletrônico de prescrição, obedecendo às normas vigentes de identificação do prescritor e diagnóstico identificado por CID condizente com a indicação.
“A aplicação desses implantes está vinculada a um viés altamente comercial, sendo comercializados nos próprios consultórios médicos como ‘chip da beleza’, tratamento da menopausa, antienvelhecimento, para redução da gordura corporal, aumento da libido e massa muscular. A prescrição desses agentes está banalizada e disseminada, com divulgação livre nas redes sociais, sem o devido respaldo ético e científico da Medicina Baseada em Evidências”, afirmam as organizações.
As sociedades apontam que não há dose segura nem acompanhamento médico garantido para o uso de hormônios para fins estéticos ou de desempenho, e os efeitos colaterais podem ser graves. O documento ainda destaca que o uso de testosterona na mulher é indicado apenas em casos específicos, como teste terapêutico pós-menopausa para distúrbios sexuais, seguindo critérios rigorosos. Já o uso de testosterona para o tratamento de homens trans é respaldado por evidências científicas e regulamentações do Conselho Federal de Medicina e do Ministério da Saúde.
A carta foi assinada pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica; a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia; a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte; a Sociedade Brasileira de Diabetes; a Sociedade Brasileira de Urologia e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
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