Engenheiro alerta para aumento de infiltrações e rachaduras em construções de Feira de Santana
Erros na obra e ausência de projeto técnico estão entre principais causas de rachaduras

Durante participação no quadro Home News, o engenheiro civil Sillas Leal chamou a atenção para o crescimento dos problemas estruturais em imóveis de Feira de Santana, especialmente infiltrações, trincas e rachaduras. Segundo ele, as causas mais comuns estão relacionadas à falta de acompanhamento técnico durante a execução das obras e ao uso inadequado de materiais.
“A gente tem visto muita infiltração, trincas e fissuras causadas por pessoas que não contratam profissionais habilitados. O uso incorreto de materiais e traços mal feitos de argamassa, por exemplo, acabam comprometendo toda a estrutura”, explicou o engenheiro.
Sillas destacou que muitas das falhas poderiam ser evitadas com projetos bem elaborados e o uso de técnicas adequadas, desde a fundação até o acabamento.
“Quando o traço da argamassa é mal feito, ou quando se utiliza aço inadequado, como treliças em pilares e vigas, isso gera problemas sérios. Em Feira de Santana temos ainda um lençol freático muito baixo, o que favorece a corrosão das armaduras e acelera o aparecimento das patologias”, pontuou.
O engenheiro ressaltou que o primeiro passo para resolver uma patologia é identificar corretamente a sua origem, o que exige uma visita técnica especializada.
“É fundamental chamar um engenheiro ou técnico patologista que conheça o comportamento das estruturas. Só assim é possível entender o tipo de trinca — se é vertical, horizontal, se indica recalque ou dilatação — e propor a solução mais adequada”, afirmou.
Entre as ocorrências mais frequentes, Sillas citou a capilaridade — infiltração que sobe pelo pé da parede — e a ausência de vergas e contravergas nas janelas, que deveriam distribuir melhor o peso da alvenaria. “Sem essas estruturas, as cargas ficam concentradas e as paredes acabam trincando”, explicou.
Ele também alertou para o uso incorreto de água e cimento na mistura para reboco. “Quando se coloca água demais ou cimento em excesso, a parede tende a fissurar. O problema aparece depois, e o proprietário descobre tarde demais.”
Sillas lembrou que investir em impermeabilização desde o início da obra evita prejuízos altos no futuro.
“O custo da impermeabilização gira entre 3% e 5% do valor total da obra. Mas, se o problema for corrigido depois, o prejuízo pode chegar a 30%. Uma construção de R$ 1 milhão, por exemplo, pode gerar uma perda de até R$ 300 mil”, comparou.
Segundo ele, imóveis de médio e alto padrão em Feira de Santana têm enfrentado prejuízos significativos por não seguirem as normas de impermeabilização.
O engenheiro destacou ainda a parceria com a rede Erguer Tomba e Getúlio Vargas, que tem auxiliado no atendimento a moradores que enfrentam problemas de infiltração e rachaduras.
“Recebemos muitos chamados através da rede. O pessoal nos aciona, enviamos um técnico, fazemos a visita e indicamos o produto correto para o caso. Hoje existem materiais específicos de impermeabilização que resolvem o problema de forma definitiva”, explicou.
Para quem enfrenta esse tipo de situação, Sillas orienta procurar profissionais capacitados. “Muita gente pinta a parede, a mancha some e volta depois. Isso é jogar dinheiro fora. É preciso tratar a causa, não apenas o sintoma.”
Ele reforçou que sua equipe está à disposição para realizar visitas técnicas e medições de umidade e fissuras. “Quando a análise por foto não é suficiente, utilizamos equipamentos para aferição. Assim identificamos se a trinca está ativa ou estabilizada e aplicamos a solução correta.”





