‘Endomarcha’ alerta mulheres sobre os riscos da endometriose
Feira de Santana foi a única cidade da Bahia que realizou a marcha, que teve como objetivo a conscientização e reivindicação de direitos
Visando chamar atenção e alertar mulheres para os cuidados com a endometriose, foi realizada neste sábado (24), a ‘Endomarcha’, em Feira de Santana, que percorreu os trechos da Avenida Getúlio Vargas, reunindo diversas apoiadoras da causa.
“Buscamos levar informação e conscientização sobre essa doença que acomete uma em cada dez mulheres. O primeiro ponto que precisamos desmistificar é que cólica não é normal, e é um dos primeiros indícios”, disse uma das organizadoras do evento, Layane Cedraz.
Outros sintomas que devem ser investigados são dor e inchaço abdominal, dor na relação sexual, dificuldade para engravidar, sangramento ao urinar ou evacuar,dor nas costas e prisão de ventre. Além de levar conhecimento sobre as causas e riscos da doença, a Endomarcha também foi um ato de reivindicação de direitos.
“Nossas principais reinvidações são; termos o reconhecimento de doença incapacitante pelo INSS, para que as mulheres em tratamento possam ter um suporte. E que toda rede SUS ofereça um serviço especializado, pelo menos, nas capitais de cada estado, também que tenhamos um Centro de Referência de Endometriose, gratuito, com tratamento de imagens, para garantirmos melhor tratamento e diagnóstico mais precoce”, declara.
A organizadora ainda alerta que é preciso avançar o conhecimento universitário sobre o assunto, pois já existem estudos sobre a cura da endometriose e sobre a ‘Teoria da Embrionária’, quando a mulher já nasce com a patologia. Por conta disso, a causa foi abraçada pela reitora da Unex, Marcly Amorim, que esteve presente junto aos académicos oferecendo serviços de saúde.
“A Unex abraça essa causa, pois entendemos que onde ocorre movimento de conhecimento e informação, nós, enquanto instituição de ensino superior, temos que está presentes unindo forças. Interagindo com a sociedade, mas também disponibilizando, como estamos fazendo hoje, serviços de nutrição, farmácia e biomedicina”, disse a reitora.
Cerca de 8 milhões de mulheres sofrem de endometriose no Brasil, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A patologia é considerada silenciosa, e as pacientes podem levar de 7 a 10 anos para receber um diagnóstico. Segundo a apoiadora Priscila Silva, quanto mais conhecimento for disseminado para as mulheres, maiores são as chances de um diagnóstico precoce.
“Trazendo essas informações a mulher se apressa em descobrir que a endometriose existe e faz mal, não apenas ao físico, mas também ao psicológico, interferindo na vida profissional, social e emocional. Essa marcha já existe há 10 anos, e hoje é a minha primeira Endomarcha, e estou muito feliz, porque essa caminhada ajuda outras mulheres a conhecer seus direitos”, afirma.
Em setembro de 2022, no Rio de Janeiro, foi criada a Lei 9864/22 que institui o Programa “Endometriose Sem Trauma”, com objetivo de incentivar a pessoa jurídica a oferecer, voluntariamente, até três dias, a Licença-Endometriose, a todas as funcionárias que apresentarem quadro de endometriose profunda.
Ainda, foi sancionada a Lei 14.324/2022, declarando o dia 13 de Março como o Dia Nacional de Luta contra a Endometriose.
Para adquirir mais informações cientificas sobre a causa, interessados podem acessar o instagram: @aendoeeu.
*com informações da repórter Isabel Bomfim