Empreendedorismo pós maternidade: Empresária destaca desafios das mulheres no mercado de trabalho
Francieli Fanciosi compartilhou sua experiência marcada pela discriminação de gênero em uma multinacional
A história de Francieli Fanciosi, presidente da associação BayPro, empresa de proteção veicular, revela não apenas a jornada empreendedora de sucesso, mas também os desafios enfrentados por mulheres após a maternidade no mercado de trabalho.
Francieli compartilhou sua experiência marcada pela discriminação de gênero em uma multinacional, onde mulheres grávidas, especialmente na área de gestão, eram desligadas após retornarem da licença maternidade. Essa política deixava claro o desafio enfrentado por muitas mulheres no ambiente corporativo.
“A BayPro nasceu de uma situação até que foi inusitada, mas não foi uma tragédia. Eu atuava numa empresa, uma multinacional, onde tinha uma condição que era o seguinte, as mulheres que ficavam grávidas, principalmente na área de gestão, que era o meu caso, elas eram naturalmente desligadas após a volta da licença à maternidade, porque eles tinham uma particularidade, pelo fato de elas ser multinacional americana, elas consideravam que precisavam quatro brasileiros para ter o mesmo nível que um americano. E eles estavam, de alguma forma, fazendo com que esse número reduzisse a 50%. Então, a gente trabalhava muito, muito mesmo, numa condição de que precisavam dois brasileiros para suportar o trabalho de um americano.”
Após ser desligada da empresa durante sua licença maternidade, ela decidiu transformar essa situação adversa em uma oportunidade de empreender. Com sua expertise em gestão e o apoio do marido, que já atuava na área de proteção veicular, fundou a BayPro, uma história inspiradora de resiliência e determinação.
“Logo depois que eu anunciei a minha gravidez, interinamente já deixaram alguém no meu lugar. Nesse período em que eu fiquei afastada eu já vinha estudando o mercado de proteção veicular e entendendo como funcionava. A partir do momento que eu fui desligada da empresa, nasce o projeto BayPro, já com a expertise que veio do meu marido, que já atuava na área há um bom tempo. Então, a gente juntou a expertise dele na proteção veicular e a minha expertise na gestão, fundando, assim, a Baypro.”
Francieli reconhece que ser demitida após a maternidade é uma realidade enfrentada por muitas mulheres, mesmo para grandes gestoras. No entanto, ela destaca a importância de não se deixar paralisar pela situação.
“Ser demitida pós maternidade é uma realidade, a gente não pode dizer que não acontece, acontece sim, até para grandes gestores acontece. O que a gente tem que pensar é que não é um momento de paralisar. O que a gente tem que entender é quais são as minhas habilidades, o que eu sei fazer, o que eu posso usar nisso para alavancar o novo negócio ou até mesmo ir para o mercado de trabalho, que também não é fácil. Então, olhe para si, entenda aquilo que você tem de melhor, aquilo que pode agregar na vida do outro, aquilo que vai trazer prosperidade para a vida do outro e fazer com que isso se torne um nicho de mercado e, claro, perseverar, trabalhar. A gente sabe muito bem que o empreendedor ele trabalha, se possível, 24 horas por dia, porque quando ele não está trabalhando, ele está pensando no que que ele vai fazer dali pra frente e isso é muito importante, utilizar aquilo que você tem de melhor para alavancar um nicho de mercado.”
Comentários
Leia também
Mulheres empreendedoras na gastronomia: A história de determinação e sucesso de Rita da Magari Premium
Com uma trajetória marcada por determinação e paixão pela culinária, Rita conquistou...
Empreendedorismo feminino e saúde mental: Psicóloga comenta sobre os desafios da mulher no mercado de trabalho
Ela compartilhou sua experiência como empresária, onde a maioria de seus colaboradores...
