Empreendedorismo feminino na educação: mulheres lideram escolas particulares em Feira de Santana
Em Feira de Santana, existem mais de 500 escolas particulares, e cerca de 90% são administradas por mulheres.
No mês dedicado às mulheres, a Série Especial Março Mulher trouxe uma entrevista com Angeleide Franco, presidente da Associação Intermunicipal de Escolas Empreendedoras e diretora da Escola Rubem Alves. Durante a conversa, Angeleide destacou a importância do empreendedorismo feminino na educação e os desafios enfrentados pelas mulheres que atuam nesse setor.
“A mulher sempre foi a espinha dorsal das transformações ao longo da história, mas muitas vezes sem o devido reconhecimento”, afirmou. Segundo ela, na educação isso é ainda mais evidente. “A maioria das direções escolares está nas mãos de mulheres, e essa liderança se reflete no impacto direto na formação dos alunos”, pontuou.
Desafios da mulher empreendedora na educação
Um dos principais desafios apontados por Angeleide é a dupla jornada.
“As mulheres empreendedoras acumulam o trabalho na escola e a responsabilidade com a família, o que é um grande desafio”, disse. Além disso, a falta de valorização profissional e as diferenças salariais também são entraves para a equidade de gênero no setor.
Em Feira de Santana, existem mais de 500 escolas particulares, e cerca de 90% são administradas por mulheres. No entanto, Angeleide alerta para a necessidade de maior apoio e reconhecimento.
“A sociedade precisa enxergar essas escolas como empresas, que precisam de investimentos e condições para se manterem sustentáveis”, destacou.
Empreendedorismo e políticas públicas
Outro ponto levantado na entrevista foi a dificuldade das mulheres em acessar crédito e apoio para seus negócios.
“Quando um pequeno empreendedor busca financiamento, a burocracia é um grande obstáculo. Precisamos de mais políticas públicas voltadas para incentivar o empreendedorismo feminino”, afirmou.
Ela ressaltou algumas iniciativas que já estão em andamento, como a Câmara das Mulheres Empreendedoras e o projeto “Empodera Elas”, que promove rodas de conversa sobre empoderamento feminino e oportunidades de negócios. No entanto, Angeleide defende que ainda é necessário avançar mais.
“O empreendedorismo feminino cresce no Brasil, mas os desafios ainda são grandes. Precisamos de mais ações que promovam a igualdade de oportunidades e fortaleçam o papel da mulher nos mais diversos setores”, concluiu.