Economista explica como medidas do governo podem afetar preço dos alimentos
Especialista reforça que, sem a atuação coordenada de estados e o controle de custos operacionais, o efeito pode ser apenas de curto prazo.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou na última semana, um conjunto de medidas com o objetivo de reduzir os preços dos alimentos no Brasil. Entre as principais ações está a isenção das tarifas de importação para produtos essenciais da cesta básica, como carne, café, açúcar, milho e azeite de oliva. No entanto, especialistas apontam que os efeitos podem ser limitados caso outras medidas não sejam adotadas.
O economista e professor Rosevaldo comentou sobre as iniciativas e destacou a importância dos estoques reguladores.
“As medidas que muito se discute para reduzir o preço dos alimentos hoje incluem a volta dos estoques reguladores do governo. O governo entra no mercado com o produto do estoque que comprou para evitar que os preços subam excessivamente. Quando o preço estiver muito baixo, ele compra a um valor mínimo para garantir uma segurança aos produtores nacionais”, explicou.
Sobre o impacto imediato da isenção das tarifas de importação, Rosevaldo alerta que a redução pode ser limitada e temporária.
“A gente espera que tenha impacto, mas, a princípio, não acho que será tão grande, a menos que venha acompanhado da redução do ICMS. O problema é que esse imposto é de responsabilidade dos estados, e até agora não vejo muito interesse em reduzi-lo. Além disso, os custos operacionais tendem a subir novamente, consumindo essa redução inicial de preço”, analisou o economista.
Outro ponto levantado por Rosevaldo é a necessidade de equilibrar a concorrência entre produtos importados e nacionais.
“Se o governo garante a isenção de tarifas de importação, esses produtos estrangeiros chegam ao Brasil mais baratos. No entanto, é preciso estabelecer uma alíquota de importação que equilibre o mercado e não prejudique o produtor nacional. O objetivo é evitar um preço especulativo interno, garantindo que o consumidor pague um valor justo”, pontuou.
*Com informações do repórter Matheus Gabriel