“É preciso atacar a raiz da criminalidade para quebrar o ciclo sucessório”, afirma delegado
O delegado reforçou a importância de uma abordagem integrada entre família, escola e órgãos públicos para prevenir que jovens ingressem na criminalidade.
Em entrevista ao De Olho na Cidade, o coordenador regional da Polícia Civil do Interior (1ª Coorpin) de Feira de Santana, delegado Yves Correia, abordou os principais desafios enfrentados pela segurança pública na região, com destaque para o combate ao tráfico de drogas e ações para redução de crimes urbanos. O delegado reforçou a importância de uma abordagem integrada entre família, escola e órgãos públicos para prevenir que jovens ingressem na criminalidade.
“A polícia é chamada quando tudo anteriormente deu errado”, afirmou Dr. Yves, destacando a necessidade de combater as raízes dos problemas. Segundo ele, prender criminosos não é suficiente para interromper o ciclo da violência. “Por mais que prendamos indivíduos, o ciclo sucessório nunca acaba. É preciso ter um olhar cirúrgico para esses jovens e atuar na prevenção junto às famílias e escolas”, disse.
O delegado também enfatizou o impacto do tráfico de drogas na criminalidade local, classificando-o como o ponto central de grande parte da violência em Feira de Santana.
“O tráfico de drogas é um mal que precisa ser combatido com intensidade. Ele afeta diretamente a sociedade, seja pelo envolvimento de adolescentes, seja pelos crimes que surgem para sustentar o vício”, explicou.
Feira de Santana, devido à sua posição estratégica como maior entroncamento rodoviário do Norte e Nordeste, enfrenta desafios específicos relacionados ao monitoramento de suas mais de 150 entradas e saídas.
“Monitorar toda a cidade é um desafio tremendo, mas é necessário para evoluirmos na segurança pública”, destacou Dr. Yves.
Ele também alertou para o impacto do tráfico em áreas como os condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida, onde grupos criminosos invadem residências e expulsam moradores.
“Não podemos permitir que esses locais se tornem multiplicadores de crimes ou possíveis focos de milícias, como já ocorre em outras regiões do país. Todos os órgãos – estaduais, municipais e federais – precisam fiscalizar e atuar preventivamente”, reforçou.
O delegado destacou avanços alcançados em 2024, como a redução de 6,04% nos índices de roubos e o trabalho na recuperação de celulares, com cerca de 500 aparelhos devolvidos aos proprietários. Ele atribuiu esses resultados ao uso da inteligência policial e reforçou a importância do registro de ocorrências pela população.
“Sem o registro, não conseguimos mapear a mancha criminal, o que é essencial para direcionar nossas ações e ampliar a eficácia do combate aos crimes”, pontuou.
Dr. Yves também lembrou a atuação incansável da Polícia Civil na repressão ao crime.
“Operamos dia e noite, cumprindo nosso papel constitucional. As portas da coordenadoria estão abertas para a população, e qualquer informação pode ser enviada anonimamente pelo número 181, com fotos e detalhes que ajudem na identificação dos autores”, destacou.
Para 2025, o delegado reforça o compromisso da Polícia Civil em atuar de forma intensa e estratégica para garantir mais tranquilidade à população de Feira de Santana.
“Nossa missão é trabalhar para retirar de circulação aqueles que impactam negativamente a sociedade e, ao mesmo tempo, promover a paz que todos merecem”, concluiu.