“É impossível adolescentes terem sono saudável com escola às 7h”, afirma neuropsicóloga
A discussão tem sido impulsionada por vários profissionais da saúde
Foto: Marcello Casal Jr
Em julho de 2022, entrou em vigor no estado da Califórnia, nos Estados Unidos, a primeira lei do país que obriga as escolas a começarem as aulas para os adolescentes apenas a partir das 8h30. A decisão foi baseada em estudos que comprovam que o sono influencia diretamente na aprendizagem ao consolidar memórias e estimular a cognição.
Uma dessas pesquisas foi dirigida pela Associação Americana para o Avanço da Ciência, que analisou a movimentação de escolas do distrito norte-americano de Seattle, e constatou que o nível de aprendizagem e produtividade dos alunos que começam a rotina de estudos depois das 8h30 são superiores ao que iniciam às 7h.
Aqui no Brasil, a discussão tem sido impulsionada por muitos profissionais da saúde. Em entrevista ao Saúde e Bem Estar, quadro do Jornal do Meio Dia (Princesa FM – 96,9), a neuropsicóloga Ana Rita e o psicólogo Marcos de Araújo, trouxeram os impactos causados na vida dos estudantes.
“Fernando Lousada, para sua tese de doutorado, realizou uma experiência e foi comprovado que principalmente os adolescentes, precisam de um tempo maior de sono. Então eles precisariam no mínimo de nove horas de sono para que tivessem uma vida saudável e também ter seu aprendizado garantido”
De acordo com o especialista, Marcos Araújo, o grande problema é que as escolas começam muito cedo e os jovens e as crianças dormem muito tarde, para driblar esse problema é necessário colocar em pauta e criar espaços de discussões.
“O propósito é colocar o assunto em pauta nos espaços de discussões como este, para que os nossos ouvintes tenham conhecimento. Uma rotina como essa, a criança não tem proveito, já que precisa acordar um pouco mais cedo e se preparar. A gente parte do ponto que o desempenho vai ser abaixo, o humor dessa criança, as relações interpessoais não são bem trabalhadas, então a gente espera que a partir dos estudos possam ser replicados para a nossa realidade e que possam surgir políticas públicas”, pontua o psicólogo.