Doação de orgãos: provedor da Santa Casa esclarece principais dúvidas
Em Feira, o Hospital Dom Pedro de Alcantara (HDPA), já possui cerca de 400 pacientes transplantados.
A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser retirados órgãos ou tecidos de uma pessoa viva ou falecida (doadores) para serem utilizados no tratamento de outras pessoas (receptores), com a finalidade de sanar comorbidades. Ato capaz de salvar vidas, no Brasil, é possível realizar uma doação a partir do SUS – Sistema Único de Saúde.
Em Feira de Santana, no Hospital Dom Pedro de Alcantara (HDPA), gerido pela Santa Casa de Misericórdia, existem cerca de 400 pacientes transplantados, mais de 500 acompanhados no pós-transplante e quase 500 ativos na fila de espera por um rim.
Segundo o provedor da Santa Casa, Dr. Rodrigo Matos, o sistema de transplantes do Brasil é regulado a partir politicas previstas no SUS, no qual o sistema nacional de saúde direciona os cuidados necessários.
“Cada estado tem sua equipe de transplantes, que faz parte do sistema nacional, e os pacientes são inseridos a partir de um cadastro técnico de cada equipe. O paciente é avaliado por um time multiprofissional, realiza exames de laboratório e imagens, e após o parecer do nefrologista, é autorizado a inscrição em lista”, explica o especialista ao De Olho na Cidade.
Transplantes de rim, córnea e fígados são as principais demandas da fila de espera. De acordo com o Dr. Rodrigo Matos, o índice de recusa familiar para doação, em caso de pessoas falecidas, impacta no andamento da fila.
Se tratando de doadores vivos, todo o processo será avaliado, para saber se o individuo doador é saudável e a compatibilidade com o receptor, de forma que não comprometa a saúde de ambos. Já as doações de medula óssea dispõe de um cadastro especifico.
“Existem hospitais que são credenciados para captação de órgãos, então o primeiro é identificar o potencial doador, que no caso é aquele paciente que evolui para óbito ou está suspeito de morte encefálica. O familiar acompanha todo o processo de avaliação até a confirmação do óbito. Uma equipe capacitada em acolhimento e técnica conversa com os familiares e expõe a possibilidade da doação. O ‘sim’ da família nesse momento pode salvar vidas e minimizar a demanda nas filas de todo país”, destaca.
A partir do consentimento da familiar, é gerado um ranking que é encaminhado para as equipes de transplantes. Com isso, é avaliado se os pacientes estão aptos a receber o orgão. Sendo realizado o exame de compatibilidade e definido qual paciente será transplantado, o caso é encaminhado.
A depender do caso, é possível que uma mesma pessoa possa doar para dois receptores diferentes.
Em Feira de Santana, a doação renal ofertada pelo HDPA abrange todos os procedimentos e acompanhamentos necessários. O Dr. Rodrigo Matos enfatiza que alguns pacientes operaram em outros estados, mas foram acolhidos pelo ambulatório pós-transplante da instituição.
“O maior desafio hoje é a sensibilização das pessoas quanto a doação de orgãos. É através do ‘sim’ das famílias que vamos consegui o maior número de doações e reduzir a quantidade de pessoas em fila. Precisamos avançar mais nisso para salvar mais vidas”, pontua.