Do lixo à inovação: Escola Municipal em Humildes é premiada com projeto de reciclagem criativa
A ideia de transformar resíduos em diversão não só mobilizou alunos, pais e professores, como também revelou talentos preciosos
Na manhã desta quarta-feira (6), a Escola Municipal Eurides de Oliveira Queiroz, localizada no distrito de Humildes, celebrou uma vitória marcante: conquistou o primeiro lugar na formação da abordagem STEAM promovida pela Belgo Arames com o projeto “Eu faço a diferença: o lixo pode se transformar em diversão com a minha produção”.
A iniciativa, que une ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática, reconheceu o trabalho criativo, sustentável e interdisciplinar desenvolvido pela escola ao longo do ano passado. Como prêmio, a unidade recebeu um notebook, um datashow e uma caixa de som, equipamentos que já começaram a impulsionar ainda mais o processo de ensino aprendizagem.
O projeto nasceu de forma orgânica: já em andamento na escola, ele ganhou ainda mais força após a participação da professora Darline Pereira, pedagoga e professora de Geografia, na formação do Liga STEAM, promovido pela Belgo em parceria com a Secretaria Municipal de Educação.
“Trabalhamos a forma de brincar com recursos que iriam para o lixo. Os alunos produziram brinquedos com materiais recicláveis, entrevistaram os pais para entender as brincadeiras antigas, e fizemos visitas a lagoas para observar o descarte do lixo. Foi um projeto de toda a escola, envolvendo todas as turmas”, explicou a professora.
A ideia de transformar resíduos em diversão não só mobilizou alunos, pais e professores, como também revelou talentos preciosos. Um deles é o do aluno do 4º ano, Márcio Rodrigo Oliveira, de apenas 11 anos. Com impressionante habilidade em tecnologia, Márcio criou uma caixa de som de paredão e o popular “pé de lata”, tudo utilizando sucata.
Com olhar atento e mãos inquietas, Márcio já criou de tudo um pouco: bicicleta com luz de freio, caixa de som tipo paredão, carrinhos com motor reciclado e até apontador feito de materiais inusitados.
“Eu vejo as coisas, vou tentando sozinho, pego fio, conecto… Aí dá certo! Quando termina, boto pra tocar. Minha avó briga por causa do barulho, mas eu fico alegre demais”, contou, com o sorriso no rosto.
A mãe, Milena dos Santos, não esconde o orgulho. “Fico emocionada de ver a curiosidade dele, a criatividade. Ele pega coisas que a gente jogaria fora e transforma. Ele transforma coisas que eu nunca teria possibilidade de criar. É uma cabeça que não para. A gente chama de traquinagem, mas é talento”, afirmou emocionada.
Além de Márcio, outros estudantes também se destacaram na produção:
- Andriny Rebeca Gomes, 10 anos, criou um vai-e-vem com garrafa pet, papel e corda, em parceria com sua mãe.
- Levi Gabriel da Costa, primo de Márcio, também de 10 anos, desenvolveu um carro de controle remoto com sucata.
A diretora da escola, Lígia Queiroz, reforçou a importância da prática e da pesquisa no processo educacional. “Educação acontece assim: com parcerias e com a criança praticando, pesquisando, indo a campo. O projeto valoriza isso. Quem ganha é toda a comunidade escolar”, pontuou.
A premiação contou com a presença da subsecretária de Educação, Nívea Oliveira, que parabenizou toda a equipe escolar. “Esse prêmio é resultado do talento dos alunos e da sensibilidade dos professores em estimular esses dons. A educação pública vive disso: do esforço coletivo, do porteiro ao professor”.
Representando a Belgo Arames, a analista de responsabilidade social, Tamylla Rosa, celebrou o sucesso da proposta. “A abordagem STEAM reconhece que o aprendizado mudou. Hoje, os alunos aprendem na prática, de forma dinâmica, e esse projeto é a prova de que a criatividade pode mudar vidas, e transformar o lixo em oportunidade”.