Disbiose intestinal: entenda os sintomas, causas e como a alimentação pode ajudar no tratamento
A disbiose nada mais é do que o desequilíbrio da flora intestinal, com aumento das bactérias ruins em relação às benéficas
A importância da alimentação para o equilíbrio da saúde intestinal foi o tema do quadro “Mulheres em Pauta”, apresentado pela ginecologista Dra. Márcia Suely e teve a participação da nutricionista Luciana Carvalho, especialista no manejo de pacientes com disbiose intestinal, especialmente em mulheres na menopausa.
A Dra. Márcia iniciou o bate-papo destacando o crescimento dos casos no consultório. “Hoje vamos falar sobre um assunto cada vez mais frequente entre meus pacientes: a disbiose intestinal. Talvez nem todos conheçam o termo, mas muitos já sentiram os sintomas”, pontuou. Segundo ela, os sinais mais comuns como gases, distensão abdominal e cansaço são muitas vezes ignorados ou associados apenas a uma má digestão momentânea.
Luciana explicou que a disbiose nada mais é do que o desequilíbrio da flora intestinal, com aumento das bactérias ruins em relação às benéficas.
“Ela se manifesta de várias formas: diarreia, gases, distensão, prisão de ventre e até alterações de humor e fadiga”, detalhou.
Entre as causas, a nutricionista destacou a alimentação rica em ultraprocessados como principal vilã.
“Vivemos em uma era de consumo exagerado de produtos industrializados, embutidos, ricos em conservantes, gordura e sódio. Esses alimentos alimentam as bactérias ruins e contribuem para esse desequilíbrio”, alertou. Além disso, o uso excessivo e sem orientação médica de antibióticos, ansiolíticos, anti-inflamatórios e anticoncepcionais também são apontados como fatores de risco.
A Dra. Márcia acrescentou que as alterações hormonais, principalmente na menopausa, podem tanto ser causa como consequência da disbiose.
“Já atendi uma maratonista que usava implante hormonal e não sentia melhora. Descobrimos que ela estava com disbiose. Depois do tratamento, os hormônios voltaram a fazer efeito e ela voltou a treinar bem. A disbiose pode influenciar o sono, o humor e até a eficácia de terapias hormonais”, relatou.
Sobre o tratamento, ambas reforçaram a importância de uma mudança de estilo de vida. “Não é uma dieta. É uma reeducação. Dieta tem começo, meio e fim. O cuidado com o intestino deve ser diário”, frisou Luciana.
A nutricionista orientou evitar alimentos ricos em açúcar, carboidratos refinados (como pães e bolos), além de embutidos e produtos ultraprocessados como presunto, salsicha, calabresa e hambúrgueres industrializados. “São alimentos que alimentam fungos e bactérias nocivas e comprometem o intestino”, explicou.
No lado oposto, alimentos ricos em fibras e prebióticos devem ser priorizados. “Chia, linhaça, aveia, psyllium, frutas e vegetais são fundamentais. É preciso reforçar o básico”, recomendou. Ela alertou também para o uso indiscriminado de probióticos sem acompanhamento profissional. “Muitos compram por conta própria e podem até piorar os sintomas depois de um alívio inicial”.
O quadro também abordou a relação entre disbiose e candidíase de repetição. “Muitas mulheres tratam a candidíase mas não investigam a disbiose, que pode estar por trás do problema. A saúde vaginal está totalmente ligada à intestinal”, finalizou Luciana.
O quadro “Mulheres em Pauta” tem o oferecimento da Clínica Vitalis, localizada no Edifício Premiere, sétimo andar. Os ouvintes podem entrar em contato pelo telefone (75) 3223-3268.