Dilson Barbosa: um ícone do rádio que marca gerações em Feira de Santana
Trajetória marcada por pioneirismo, paixão pelo rádio e compromisso com a formação de talentos.
O projeto Feira de Santana e sua história recebeu nesta edição o advogado, jornalista e radialista Dilson Barbosa, um dos nomes mais marcantes do rádio baiano. Com uma trajetória iniciada em 1966, Dilson foi responsável por levar a emoção das Copas do Mundo e excursões da seleção brasileira aos ouvintes feirenses e baianos, consolidando sua carreira como referência na comunicação.
Formado em Direito pela Universidade Católica de Salvador, ele conciliou a advocacia com a paixão pelo rádio, que nasceu ainda na adolescência.
“Eu comecei a trabalhar cedo, vendendo doces e pipoca nas ruas de Feira. Depois, fui para uma fábrica de colchões, mas a minha grande paixão era ouvir rádio. Passei em um teste na Sociedade e nunca mais saí desse mundo”, contou.
Em 1991, na Rádio Sociedade de Feira de Santana, Dilson Barbosa comandou a primeira cobertura internacional da emissora, transmitindo amistosos da seleção brasileira em Londres, Paris, Alemanha e Chile. A partir daí, foram mais de 30 excursões pelo mundo, sempre comentando ao vivo os jogos da seleção.
“Em 1982, organizamos a cobertura da Copa da Espanha, e foi ali que Feira de Santana se projetou no cenário esportivo nacional. Estávamos transmitindo de Madrid, e de repente entraram na cabine nomes como Jorge Curi e Rui Porto, surpresos de ver um radialista do interior da Bahia transmitindo a Copa do Mundo. Aquilo foi um marco para mim e para a cidade”, lembrou.
Dilson acompanhou Copas do Mundo na Argentina (1978), Espanha (1982), México (1986), Itália (1990), Estados Unidos (1994), França (1998), Japão e Coreia do Sul (2002), Alemanha (2006), África do Sul (2010), Brasil (2014) e Rússia (2018). A última, no Catar (2022), coordenou da retaguarda, organizando toda a cobertura.
Mais do que narrar e comentar futebol, Dilson Barbosa se consolidou como um orientador para jovens comunicadores. Muitos profissionais que passaram pela Rádio Sociedade e pela Princesa FM receberam dele palavras de incentivo.
“Eu nunca tive medo de sombra. Quanto mais um jovem cresce, mais ele brilha com luz própria e quando ele cresce, ele não me atrapalha. Pelo contrário, o brilho dele também me ilumina. Sempre acreditei que ninguém faz nada sozinho”, destacou.
Entre conselhos marcantes, Dilson sempre ressaltou a importância do trabalho e da perseverança:
“Acordar cedo, estudar e vender. Ninguém fica no rádio sem vender. Eu comecei vendendo doces e terminei vendendo publicidade. Quem gosta do que faz e precisa do dinheiro, vai longe. O dinheiro vem como consequência.”
Além das conquistas profissionais, o radialista compartilhou momentos pessoais que marcaram sua vida.
“A maior alegria foi o nascimento do meu filho. A maior tristeza, sem dúvida, foi a perda dele para a Covid-19. Isso me abalou muito. Mas sigo agradecendo a Deus por tudo o que conquistei”, disse.
Com mais de 60 anos de trajetória nos corredores da Fundação Santo Antônio, Dilson Barbosa segue como uma das vozes mais respeitadas e lembradas da comunicação. Para os jovens, deixa um recado:
“Façam o que gostam, mas também tenham consciência de que é preciso trabalhar duro e estar disposto a vender sua ideia, seu talento. O rádio, assim como a vida, exige esforço, paixão e dedicação.”
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