Dietas cetogênicas e jejum intermitente: Nutróloga alerta para os riscos da prática sem orientação médica
A dieta cetogênica e o jejum intermitente podem se complementar, já que ambas estimulam o corpo a usar a gordura como principal fonte de energia.
A nutróloga Dra. Aline Jardim foi a convidada do quadro Saúde em Pauta e abordou dois temas que têm ganhado cada vez mais espaço entre pessoas que buscam emagrecimento e qualidade de vida: a dieta cetogênica e o jejum intermitente. Durante a entrevista, a médica destacou que o tratamento da saúde deve ser visto de forma integral e não apenas com o uso de medicamentos.
“Quando pensamos em tratar um paciente, não pensamos apenas em prescrever medicamentos. É fundamental orientar sobre alimentação, atividade física e hábitos saudáveis. As pessoas, muitas vezes, perderam a noção da alimentação correta”, destacou Dra. Aline.
Segundo a especialista, a dieta cetogênica é uma das mais estudadas atualmente, com evidências científicas sólidas sobre seus resultados no controle da obesidade, do lipedema e da resistência insulínica.
“A dieta cetogênica é rica em proteínas e gorduras, e baixa em carboidratos. O objetivo é fazer com que o corpo utilize a gordura como fonte de energia, e não o carboidrato. Isso ajuda a desinflamar o organismo e favorece a queima de gordura”, explicou.
Dra. Aline destacou, no entanto, que a prática deve ser acompanhada por um profissional de saúde.
“Os riscos aparecem quando a pessoa tenta fazer sozinha, sem orientação médica ou nutricional. É preciso saber equilibrar as proporções corretas de gordura e proteína e organizar bem as refeições. Quando bem feita, a dieta cetogênica pode gerar resultados rápidos, mas não é uma dieta para sempre — é uma estratégia temporária”, alertou.
Outro ponto abordado foi o jejum intermitente, que também vem ganhando popularidade. A médica explicou que essa estratégia tem excelentes resultados em casos de resistência insulínica, síndrome dos ovários policísticos e gordura no fígado, mas não é indicada para todos.
“O jejum intermitente é contraindicado, por exemplo, para quem tem compulsão alimentar. Mas, quando bem orientado, é uma ferramenta poderosa. O jejum ajuda o corpo a reorganizar os comandos hormonais e favorece a queima de gordura”, afirmou.
A médica aproveitou para explicar que o hábito de comer à noite prejudica o funcionamento natural do corpo, interferindo na ação de hormônios como a melatonina e a insulina.
“A noite foi feita para dormir, não para comer. Quando comemos tarde, o corpo se desregula, porque a melatonina entende que é hora de descansar, e o pâncreas continua sendo forçado a trabalhar. Esse desequilíbrio contribui para doenças metabólicas”, explicou.
Dra. Aline afirmou que a dieta cetogênica e o jejum intermitente podem se complementar, já que ambas estimulam o corpo a usar a gordura como principal fonte de energia.
“Nas duas estratégias, o corpo quebra a própria gordura para gerar energia. Elas podem ser associadas, desde que haja acompanhamento médico, para garantir equilíbrio e segurança”, ressaltou.
A especialista destacou que tanto a dieta cetogênica quanto o jejum intermitente têm benefícios cientificamente comprovados, especialmente na redução de inflamações e na melhora de doenças metabólicas.
“A resistência insulínica é hoje um dos grandes alertas da medicina, porque é o ponto de partida para doenças como obesidade, diabetes, Alzheimer, Parkinson, câncer e doenças cardiovasculares. Muitas vezes, até pessoas magras podem apresentar resistência insulínica”, explicou.
Dra. Aline reforçou a importância de buscar orientação médica e manter um estilo de vida ativo, com alimentação equilibrada e prática regular de exercícios.
“Não existe milagre. É uma soma de boas escolhas diárias. A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo menos 150 minutos de atividade física por semana. Caminhada, dança, natação ou artes marciais — o importante é se movimentar”, orientou.
A médica também lembrou que é possível ter uma alimentação saudável sem altos custos.
“As pessoas dizem que não têm dinheiro para suplementos, mas existem alimentos acessíveis com alta quantidade de proteína. O importante é aprender a se alimentar corretamente”, concluiu.
Dra. Aline Jardim atende em Feira de Santana e compartilha conteúdos sobre saúde e nutrologia no Instagram @draalinejardim e no perfil do @institutodaplasticafeira.






