Dia Nacional do Documentário homenageia cineasta considerado “feirense de coração”
Em sua carreira, o cineasta Olney São Paulo produziu diversos documentários que exaltavam as peculiaridades de Feira de Santana.
Thaciane Mendes
Comemorado nesta segunda-feira (7), o Dia Nacional do Documentário surgiu como homenagem ao cineasta Olney São Paulo, nascido em 7 de agosto de 1936, em Riachão do Jacuipe, no estado da Bahia, e considerado como “feirense de coração”. Em sua carreira, produziu diversos documentários que exaltavam as peculiaridades de Feira de Santana.
Em 1972, Olney dirigiu e produziu seu primeiro documentário intitulado “Feira de Santana, Cidade de Todos os Santos”, no qual ele explorou a essência do território feirense, enfatizando a riqueza cultural, as tradições populares e a religiosidade.
E não parou por ai, registrar as singularidades da Princesa do Sertão foi um dos feitos mais marcantes da carreira do documentarista. Entre suas produções mais notáveis estão “Raízes do Sertão” (1985), “Feira de Santana: De Vaqueiros e Cantadores” (1990) e “Festa, Fé e Tradição” (2001).
Além disso, foi Olney o responsável por nomear o Cine Clube – que não está mais em atividade. Seu filme “Grito da Terra” virou nome de jornal – também extinto. Teve mesa com seu nome no Balcão Di Vidros – um bar que já fechou. Foi nome de premiação, em 1994, do Salão Universitário de Artes Plásticas, do Museu Regional de Arte.
A memória do artista ainda é viva no município. Na Galeria Carmac tem um espaço chamado praça Olney São Paulo, no bairro Aviário existe uma extensa rua com seu nome e ele também denomina a praça de alimentação do Boulevard Shopping. Até hoje, o cineasta é fonte constante de estudos acadêmicos de relações entre literatura e cinema no Brasil.
Fronteiras não foram o limite para Olney São Paulo. O filme “Manhã Cinzenta” encantou audiências em diversos festivais internacionais, percorrendo cidades como Pesaro (Itália), Cracóvia (Polônia), Mannheim (Alemanha) – onde recebeu o prestigiado prêmio Filmdukaten em 1970. Além disso, a obra também foi exibida em Londres (Inglaterra), Havana (Cuba) e Viña Del Mar (Chile).
O reconhecimento e elogios ao filme não se limitaram ao público e críticos. O aclamado cineasta de hollywood Orson Welles — diretor do filme “Cidadão Kane” — descreveu “Manhã Cinzenta” como um filme extraordinário, destacando sua importância no cenário cinematográfico.
Glauber Rocha — diretor que gravou em Feira de Santana o prólogo de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, em 1964 — , enalteceu Olney São Paulo como um “mártir do cinema brasileiro”, enxergando nele uma poderosa metáfora e alegoria, símbolos que, embora por vezes censurados, nunca deixaram de ser registrados.
O artista partiu no dia 15 de fevereiro de 1978, deixando sua contribuição artistica e cultural, que permanece viva e enaltecida.
Por: Thaciane Mendes | @thacymendes