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Denúncias sobre abuso sexual infantil na internet batem recorde

De acordo com a organização não-governamental SaferNet, foram contabilizadas quase 72 mil denúncias desse tipo

22/05/2024 09h44
Denúncias sobre abuso sexual infantil na internet batem recorde
Foto: Pixabay

O Brasil bateu recorde no número de denúncias sobre a veiculação de materiais de abuso sexual infantil na internet no ano passado. De acordo com a organização não-governamental SaferNet, foram contabilizadas quase 72 mil denúncias desse tipo, superando a marca histórica de 2008, quando foram registradas mais de 56 mil.

A psicóloga Bianca Orrico atribui o aumento dessas denúncias a três fatores principais: a introdução da inteligência artificial, a proliferação da venda de pacotes digitais com imagens de nudez e as demissões em massa anunciadas pelas Big Techs. Essas medidas, segundo a psicóloga, são essenciais para proteger crianças e adolescentes dos aliciadores online que frequentam as plataformas mais acessadas.

Ela enfatiza a importância do diálogo entre pais e filhos para combater esse problema.

“É crucial mostrar como a intimidade da criança não deve ser invadida por ninguém. Mesmo que pareçam amigos ou pessoas boas nas conversas da internet, é muito importante que as crianças aprendam a proteger seus dados e imagem”, afirmou. Ela acrescenta que esse diálogo deve incluir noções básicas de segurança e privacidade, como bloquear contatos indesejados, denunciar perfis e refletir sobre boas escolhas online.

O advogado Pedro Mendes, que atua em defesa dos direitos das crianças, destaca a necessidade de uma vigilância compartilhada entre pais, plataformas de internet e a sociedade para evitar a violência virtual.

“As plataformas são desenvolvidas com um modelo de negócios focado no direcionamento de conteúdo e publicidades, o que não é sustentável para a proteção infantil. É crucial que essas empresas tomem ações ativas para promover os direitos de crianças e adolescentes no ambiente digital”, declarou.

Pedro Mendes reforça que a responsabilidade não deve recair apenas sobre as famílias.

“Devemos conscientizar as famílias, mas não culpabilizá-las. É uma responsabilidade compartilhada entre o Estado, as empresas e a sociedade como um todo.”

Além da proteção prevista pela Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define medidas de proteção à imagem, à integridade física, psíquica e moral das crianças, inclusive no ambiente digital. Essas diretrizes são fundamentais para garantir um ambiente online seguro para os jovens brasileiros.

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