CPRL intensifica combate à violência em Feira de Santana
O oficial explicou que, cientes deste cenário desfavorável, o CPRL montou uma estratégia abrangente e circunstancial, aplicada em todo o território baiano.
A crescente onda de violência e as questões relacionadas ao tráfico de drogas têm se tornado preocupações centrais no Brasil nos últimos anos. Em Feira de Santana, o Comando de Policiamento Regional Leste (CPRL) da Polícia Militar da Bahia tem intensificado suas ações de combate à violência. Em entrevista ao De Olho na Cidade, o tenente-coronel Müller compartilhou detalhes sobre as estratégias adotadas.
“Hoje nós temos um cenário que nos preocupa como estado, é preocupante a situação violenta em todo o país e não é diferente no nosso estado, a Bahia, e na nossa região leste de policiamento. Seria insensato não reconhecer que temos um cenário desconfortável em relação à violência no nosso país e na nossa região,” afirmou.
O oficial explicou que, cientes deste cenário desfavorável, o CPRL montou uma estratégia abrangente e circunstancial, aplicada em todo o território baiano.
“Do mapeamento das ocorrências, as mais graves, como crimes de homicídio, são identificadas. Fazemos a verificação da mancha criminal e, de acordo com esses índices, direcionamos nosso policiamento. Mas não é só isso. Temos também o serviço de inteligência que acompanha passo a passo a atuação das organizações criminosas,” explicou.
Ele destacou a presença de organizações criminosas atuando em todo o Brasil, incluindo a região leste, e o monitoramento contínuo realizado, inclusive daqueles internos no sistema prisional.
“Para se ter uma ideia, monitoramos todos aqueles alvos conhecidos dentro e fora do território baiano. Recentemente, um indivíduo foi transferido para um presídio federal devido ao seu nível de periculosidade e sabemos de sua atuação à distância nos crimes ocorridos em Feira de Santana,” exemplificou.
No início deste mês, houve um aumento nas ocorrências criminais na cidade, o que levou a uma resposta rápida e estratégica da PM.
“Direcionamos nossa atuação de maneira diferenciada. Não cabe expor qual é essa estratégia, mas o resultado foi uma diminuição sensível nos últimos quinze dias em relação à primeira quinzena do mês,” relatou.
O tenente-coronel também abordou a relação intrínseca entre o tráfico de drogas e a violência. “Não há como falar em crime no Brasil sem pontuar a questão do tráfico de drogas. Ele permeia toda a nossa sociedade e não cresceu só o tráfico, cresceu também o consumo. A polícia militar não monitora consumo de drogas. Isso é uma questão de saúde pública e deve ser tratada como tal,” afirmou.
Ele enfatizou que a solução para o problema da violência não se restringe às forças de segurança. “Precisamos tratar o problema como ele se apresenta. Não é uma questão de polícia militar, civil, polícia técnica ou corpo de bombeiros. É uma questão de saúde pública. As pessoas consomem drogas e, havendo consumo, há tráfico para atender essa demanda. Precisamos entender isso e tratar a questão de segurança pública como um problema do Estado,” concluiu.
*Com informações do repórter Robson Nascimento