Coronel do Corpo de Bombeiros destaca importância da cooperação entre os estados para ajuda ao Rio Grande do Sul
O Coronel Jadson Almeida, do CBMBA, destacou a importância da cooperação entre os estados afetados.
Na quinta-feira (2), o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) enviou 22 bombeiros militares para o Rio Grande do Sul, em resposta às intensas chuvas que têm assolado o estado e causado enchentes e deslizamentos. Este contingente foi enviado para auxiliar nas ações de resgate e minimização dos danos causados pelas fortes precipitações.
O número de vítimas fatais decorrentes das enchentes e enxurradas no Rio Grande do Sul aumentou para 38, conforme relatórios divulgados nesta sexta-feira (3). Além disso, cerca de 74 pessoas permanecem desaparecidas, enquanto centenas estão isoladas e milhares foram desabrigadas devido aos alagamentos e deslizamentos que resultaram em quase 190 pontos de bloqueios em rodovias.
Em meio a este cenário de calamidade, o Corpo de Bombeiros da Bahia se fez presente, enviando seus agentes para áreas críticas como Caxias do Sul e Bento Gonçalves. O Coronel Jadson Almeida, do CBMBA, destacou a importância da cooperação entre os estados.
“Chegamos em Porto Alegre e fomos designados pelo Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul para atuar na região de Caxias do Sul e Bento Gonçalves. A situação em Bento Gonçalves é extremamente precária devido a diversos deslizamentos de terra. Todo o estado do Rio Grande do Sul está fortemente afetado. Devido aos temporais intensos, várias cidades ficaram isoladas, com pessoas necessitando de resgate. Há diversos locais onde ocorreram deslizamentos de terra. Nosso governador, Jerônimo, mobilizou nossa equipe, composta por 22 bombeiros. Além de nós, bombeiros de diversos outros estados, como Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Goiás e Minas Gerais, estão aqui para ajudar.”
Em entrevista ao De Olho na Cidade, o Coronel descreveu as condições desafiadoras enfrentadas pela equipe de resgate, incluindo estradas interditadas e deslizamentos que destruíram vias e estabelecimentos.
“Estamos atuando naquilo que chamamos de ‘zona quente’. Aqui, como eu mencionei, o estado está várias vezes interditado; foi muito difícil até chegarmos aqui devido às vias bloqueadas. Tivemos que buscar rotas alternativas para chegar até Caxias do Sul. Para você ter uma ideia, em Bento Gonçalves, o deslizamento de terra simplesmente engoliu uma estrada e até mesmo algumas pousadas que estavam no caminho. Como resultado, há pessoas desaparecidas, algumas devido à falta de comunicação, já que alguns municípios estão sem sinal, e outras porque foram diretamente afetadas pelos deslizamentos. Mesmo que estejamos habituados a esse tipo de trabalho, em situações como essa, nunca se perde de vista o valor das vidas humanas que buscamos resgatar.”
Questionado sobre as principais dificuldades encontradas, o Coronel mencionou o clima instável e as previsões de mais chuvas, além do risco de colapso das barragens, destacando a necessidade de união e apoio mútuo diante da crise.
Quanto à continuidade das operações, o Coronel Almeida informou que sua equipe permanecerá no local por pelo menos mais quinze dias, com planos de substituição por outra equipe após esse período.