Bahia

Construtora terceirizada nega trabalho análogo à escravidão em fábrica da BYD

Grupo de 163 chineses foram resgatados em situação degradantes em canteiro de obras de montadora chinesa

26/12/2024 16h25
Construtora terceirizada nega trabalho análogo à escravidão em fábrica da BYD
Foto: Divulgação/MPT

A Jinjang Construction Brazil Ltda, construtora terceirizada responsável pelos e 163 trabalhadores chineses resgatados em situação de trabalho análogo à escravidão nas obras para construção da BYD em Camaçari, negou que os funcionários estivessem em contexto de escravizados.

“Serem injustamente rotulados como ‘escravizados’ fez com que nossos funcionários se sentissem com sua dignidade insultada e seus direitos humanos violados, ferindo seriamente a dignidade do povo chinês. Assinamos uma carta conjunta para expressar nossos verdadeiros sentimentos”, disse a empresa em uma rede social chinesa. Após repercussão do caso, a BYD disse em nota que rescindiu o contrato com a empresa.

A montadora chinesa informou que estuda outras medidas cabíveis.

As infrações envolvem desde cozinhas e banheiros imundos até acidentes com operários mutilados. Nas instalações, 163 trabalhadores chineses foram resgatados em situação análoga à escravidão. As duas empresas foram notificadas extrajudicialmente.

Uma força-tarefa de órgãos federais afirmou ter identificado a presença de 163 operários trabalhando em condições análogas à escravidão em empresas terceirizadas que atuam nas obras de construção da fábrica da montadora de carros elétricos chinesa, em Camaçari (50 km de Salvador).

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, todos os 163 chineses estavam trabalhando em condições degradantes, com jornadas extenuantes e restrições à liberdade. Os operários foram ouvidos individualmente, dizem os órgãos. Eles eram funcionários da empresa Jinjiang Group, uma das empreiteiras contratadas para realizar a obra, de acordo com a força-tarefa.

Também foi constatada superlotação nos alojamentos dos trabalhadores da empresa terceirizada Jinjang, que não tinham colchões, nem condições adequadas de higiene.

Os operários estavam distribuídos em cinco alojamentos em Camaçari. Em apenas um deles, destinado a trabalhadores administrativos, não houve resgate de trabalhadores.

*Com informações Bahia.ba

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