Construir com segurança: engenheira destaca importância do projeto arquitetônico e da regularização de imóveis
O projeto viabiliza orçamentos mais precisos e controle do cronograma da obra
Em entrevista ao Home News, a engenheira civil Larissa Gabriel fez um importante alerta sobre os riscos de construir sem projeto arquitetônico e as dores de cabeça causadas pela falta de regularização dos imóveis. Segundo ela, esses dois fatores são fundamentais tanto para garantir a segurança estrutural quanto para evitar problemas legais e financeiros futuros.
“O projeto arquitetônico é a base de tudo. É a partir dele que otimizamos o espaço, levamos em consideração o posicionamento do sol, as necessidades do cliente e garantimos segurança na execução da obra”, explicou Larissa.
Além de permitir uma construção planejada e segura, o projeto também viabiliza orçamentos mais precisos e controle do cronograma da obra. No entanto, muitas pessoas ainda enxergam esse recurso como um gasto, e não como um investimento.
“Infelizmente, o projeto arquitetônico, que é o mais básico, é visto por muitos como custo. Mas, na prática, ele evita retrabalhos, erros de execução e traz economia. Com as tecnologias atuais, é possível até visualizar a casa em 3D antes de construir, escolhendo cada detalhe com antecedência”, destacou.
A engenheira também alertou sobre os riscos de construir sem acompanhamento técnico. A ausência de um projeto legal pode resultar em obras embargadas, notificações da prefeitura e multas.
“Sem projeto e sem alvará de construção, a obra é considerada irregular e o problema não é só legal. Sem essa base, erros técnicos são frequentes. Quantas vezes a gente ouve alguém dizer que se arrependeu da posição de uma porta ou de uma janela mal colocada? Isso tudo pode ser evitado com um bom planejamento”, disse Larissa.
Ela deu exemplos práticos de complicações enfrentadas por quem ignora as exigências legais:
“Imagina descobrir, na fase final da construção, que a janela da sua casa está fora do recuo exigido pela legislação. Você pode ter que fechar a janela ou refazer parte da obra. É uma dor de cabeça enorme.”
Larissa também abordou a importância de manter a documentação do imóvel atualizada. Ela explicou que a regularização não se aplica apenas à construção inicial, mas também a reformas e ampliações.
“Qualquer modificação que altere a área construída precisa ser regularizada. Isso inclui, por exemplo, uma área gourmet que foi coberta depois. Se isso não for registrado, a documentação da casa fica desatualizada e isso impacta diretamente na hora da venda”, esclareceu.
A engenheira ressalta que muitos imóveis antigos, especialmente em condomínios, foram regularizados apenas no início. Ao longo dos anos, reformas foram feitas sem a devida atualização documental. O resultado? Dificuldades para vender ou financiar a propriedade.
“Quando alguém quer vender, quer receber logo. Mas se o imóvel não estiver regularizado, o processo pode demorar mais de um ano. E quem compra, muitas vezes, não quer esperar esse tempo ou não aceita pagar por um imóvel sem escritura completa”, afirmou.
Além disso, Larissa lembrou que imóveis comprados apenas com recibos de compra e venda não garantem a propriedade legal.
“Existe uma máxima que diz: quem não registra, não é dono. Se você não tem registro no cartório, está correndo risco. A escritura deve refletir exatamente o que está construído no imóvel”, alertou.
Larissa Gabriela reforçou que o projeto arquitetônico não é luxo, e sim uma ferramenta de planejamento que garante economia, segurança e valorização do imóvel.
“Vejo pessoas esclarecidas tentando ocupar espaços sem conhecimento técnico, achando que estão economizando. Mas estão abrindo mão de segurança e de um bom negócio no futuro. Sem projeto, você perde valor e credibilidade na hora de vender”, concluiu.