Conheça a história do brasileiro que entrou para o livro dos recordes por volta ao mundo mais rápida
Conhecido nas redes sociais como “O nego vai longe”, o brasileiro viajou o mundo por 2 anos e 42 dias
O influenciador digital e colunista da Folha de S. Paulo, Robson Jesus, conhecido mundialmente por entrar para o livro dos recordes como o homem mais rápido a visitar todos os 196 países do mundo, desembarcou em Feira de Santana para uma série de encontros com artistas, líderes comunitários e moradores. Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, ele compartilhou detalhes da jornada que o levou de uma infância humilde na periferia de Osasco, São Paulo, até os lugares mais remotos do mundo.
“Era um sonho de criança. Eu tinha 10 anos, trabalhava num mercadinho empacotando frango e ficava vendo figuras de avião, neve, canguru… Aquilo mexia comigo. Eu dizia: um dia vou andar de avião, vou ver a neve. Mas a realidade era outra: fui abandonado pelo meu pai aos 5 anos, até os 8 dividia uma cama de solteiro com dois irmãos e, muitas vezes, tínhamos só uma refeição por dia. O sonho parecia impossível”, contou.
Foi durante a pandemia que Robson decidiu transformar o sonho em realidade. “Falei para uma amiga que ia visitar todos os países do mundo. Ela olhou nos meus olhos e disse: ‘Vai sim’. A convicção dela foi tão forte que até eu acreditei.”
Sem patrocínio ou grandes recursos, ele vendeu seus bens — geladeira, fogão, sofá e até a moto — e começou a viagem com apenas R$ 90 mil no bolso, um celular e uma mochila.
“Minha mãe achou que eu tava com problema com drogas, de tanto que comecei a vender as coisas”, brinca. O valor arrecadado foi insuficiente para os custos de uma volta ao mundo, mas a fé e a estratégia transformaram o desafio em vitória.
“Comecei a gravar vídeos com muita timidez. Era só eu, meu celular e minha fé. Em nove meses, com constância e estratégia, eu transformei os R$ 90 mil em mais de R$ 1 milhão. Hoje, trabalho com marcas como Bradesco, Corona, JBL e Havaianas. Estudei o algoritmo, entendi como engajar, como monetizar, e me tornei um influenciador digital de verdade.”
O primeiro destino? “Tailândia. Lá o real vale alguma coisa, a comida é barata e ninguém fala inglês — igual a mim naquela época!”, conta. Dali, seguiu por toda a Ásia, África e Europa. Viveu momentos marcantes como a visita ao campo de refugiados em Malawi: “Passei 9 dias com mais de 5 mil refugiados da guerra do Congo. Eles sobrevivem com o equivalente a R$ 25 por mês, mas vivem com uma alegria e solidariedade que nunca vi. Acordam às 7h para orar, dançar, plantar juntos… Foi um dos lugares mais lindos que conheci.”
Apesar das conquistas, Robson também enfrentou perigos. “Fui para o Haiti logo após o assassinato do presidente, estive no Congo em plena guerra civil… Países onde entrei pedindo a Deus: ‘me deixa sair também’.”
De volta ao Brasil, já iniciou sua segunda volta ao mundo, tendo recentemente feito a maior viagem de trem do planeta, cruzando Europa, Rússia e Ásia até Singapura em 40 dias.
Em Feira de Santana, sua empolgação é visível. “É minha primeira vez na Bahia. Já conhecia o mundo inteiro, mas não a terra dos meus pais! Feira é diferenciada. O povo é receptivo, a comida é maravilhosa, estou conhecendo a história dos meus avós e isso tem um valor enorme pra mim.”
Para quem sonha em viver de conteúdo e viajar, o conselho de Robson é direto: “Comece! Não espere ter o melhor celular, nem o momento perfeito. Comecei com o que eu tinha. O segredo é constância. Fiquei dois anos e 42 dias sem deixar de postar um vídeo sequer. A disciplina me levou onde estou.”
Ao encerrar a conversa, Robson deixou um recado de inspiração: “Aprendi que não existem limites para os nossos sonhos. Hoje sou um cara que vive de sonhar e realizar.”
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