Companheiro suspeito de matar delegada foi preso em maio por agressão à vítima
Além disso, ele tinha um histórico de problemas judiciais por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica.
A delegada Patrícia Neves, de 39 anos, foi encontrada morta no último sábado em uma área de mata na Bahia. O corpo da delegada estava dentro do carro dela e foi descoberto por policiais militares à beira da estrada. O namorado de Patrícia que havia feito uma denúncia de sequestro na região de Amélia Rodrigues, é o principal suspeito do crime.
De acordo com a Polícia Civil, ele já havia sido preso em maio deste ano por agressão contra Patrícia. Além disso, ele tinha um histórico de problemas judiciais por exercício ilegal da medicina e falsidade ideológica. Ele foi preso em flagrante e hoje deve passar pela audiência de custódia.
Patrícia Neves, natural de Recife, era mãe e atuava como plantonista na delegacia de Santo Antônio de Jesus. Ela era conhecida por seu trabalho no enfrentamento à violência de gênero. A Delegada-Geral da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Campos de Brito, prestou suas últimas homenagens no velório de Patrícia, realizado na Câmara Municipal de Santo Antônio de Jesus.
“Somos uma instituição muito unida e em um momento como esse de dor e de perda. Não teria como ser diferente,” afirmou. Ela elogiou o empenho dos colegas na investigação, que durou quase 48 horas, e destacou a necessidade de uma rede de proteção mais eficaz para as vítimas de violência.
A Delegada-Geral também expressou sua tristeza pela tragédia e enfatizou que a situação não se limita a Santo Antônio de Jesus ou à Bahia, mas reflete um problema nacional.
“É preciso que se crie uma estratégia que consiga proteger a mulher, mesmo quando ela não queira,” afirmou. Ela ressaltou que a legislação e o apoio institucional foram oferecidos, mas ainda assim, a violência persiste.
O corpo da delegada Patrícia Neves será levado para Recife, onde receberá o último adeus de seus familiares antes do sepultamento.