Comissão do Senado aprova recondução de Gonet à PGR
Após sabatina marcada por críticas da oposição, procurador-geral é aprovado pela CCJ e segue para votação no plenário

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (12), por 17 votos a 10, a recondução de Paulo Gonet ao comando da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A decisão veio após uma sabatina marcada por embates com a oposição e pela defesa enfática do caráter “técnico e apartidário” da instituição. A indicação, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguirá agora para o plenário do Senado, onde Gonet precisa de ao menos 41 votos para ser confirmado no cargo até 2027.
A votação ocorre em um contexto político bem distinto daquele de dezembro de 2023, quando Gonet foi aprovado pela primeira vez com ampla maioria, 24 votos a 3 na CCJ e 65 no plenário. Na ocasião, ele dividiu a mesa com Flávio Dino, então indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e enfrentou apenas questionamentos pontuais sobre temas de costumes e o papel institucional da PGR.
Quase dois anos depois, o procurador retorna ao Senado como autor da denúncia que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, um desfecho que acirrou a resistência da oposição ao seu nome.
Durante a sabatina, Gonet buscou demonstrar equilíbrio e distanciamento político. Em sua fala inicial, afirmou que a PGR deve manter “posição arredia à interferência sobre opções próprias dos Poderes legitimados pelo voto popular” e destacou que o Ministério Público deve se guiar pela Constituição e não “pela busca de aplauso transitório ou exposição midiática”.







