Colesterol alto: o ‘inimigo invisível’ que ameaça o coração, alerta o cardiologista
A conscientização e a consulta regular com médicos especialistas são os passos mais importantes para combater esse inimigo invisível.
O colesterol alto, conhecido como o “inimigo invisível”, é um dos maiores fatores de risco para doenças cardiovasculares, como infartos e AVCs. Embora não apresente sintomas claros, ele pode ser extremamente prejudicial se não for controlado. Em entrevista ao quadro Momento IDM Cardio, o cardiologista Dr. Sérgio Rocha esclareceu pontos importantes sobre o tema e destacou formas de prevenção.
“O colesterol é chamado de invisível porque muitas vezes não apresenta sintomas evidentes. Pessoas podem ter níveis altos e não perceber até que ocorra algo grave, como um infarto ou AVC”, explicou o especialista. Segundo ele, além do fator genético, que é incontrolável, fatores como hipertensão, diabetes, obesidade e tabagismo também aumentam o risco cardiovascular, mas podem ser modificados com mudanças no estilo de vida.
Dr. Sérgio enfatizou que o colesterol é dividido em dois tipos principais: o HDL, conhecido como “colesterol bom”, e o LDL, o “colesterol ruim”. “O HDL ajuda a remover a gordura acumulada no coração, enquanto o LDL faz o oposto, transportando gordura para as artérias, o que pode causar obstruções e levar ao infarto”, detalhou.
Mesmo crianças têm apresentado níveis elevados de colesterol, um reflexo de hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Para evitar problemas, o médico reforçou a importância de consultas regulares e exames de sangue.
“Cada pessoa tem um nível de colesterol ideal, que varia de acordo com a idade, a presença de comorbidades, como diabetes ou hipertensão, e o risco cardiovascular”, disse.
Alimentação e estilo de vida
A alimentação desempenha um papel fundamental no controle do colesterol. Dr. Sérgio recomenda evitar gorduras e frituras e priorizar alimentos que ajudam a regular os níveis de colesterol.
“Um nutricionista pode orientar melhor sobre a dieta, mas mudanças simples, como incluir mais frutas, vegetais e fibras, já fazem diferença.”
O cardiologista também alertou para os perigos do uso de substâncias ilícitas para ganho de massa muscular, como a testosterona.
“Essas substâncias podem causar graves problemas cardíacos, como aumento do coração, arritmias e até morte súbita.”
Dr. Sérgio compartilhou o caso de um primo jovem, com apenas 34 anos, que sofreu um infarto devido ao colesterol alto.
“Ele não tinha outros fatores de risco, mas o colesterol elevado foi suficiente para causar um problema grave. Isso mostra a importância de se prevenir, mesmo quando não há sintomas.”
Medicação e continuidade do tratamento
O tratamento para colesterol alto pode incluir mudanças no estilo de vida e, em casos mais graves, medicamentos. Contudo, a interrupção do tratamento por conta própria é um problema comum.
“Alguns pacientes param de tomar o remédio ao notar uma melhora nos exames, mas o colesterol volta a subir se o tratamento for suspenso. É como um sistema de coleta de lixo: se parar, o acúmulo volta rapidamente”, comparou.
Para pacientes com alto risco cardiovascular, novas opções de tratamento, como medicamentos injetáveis, têm surgido, mas o custo elevado é uma barreira.
“São tratamentos eficazes, mas ainda inacessíveis para muitos, custando entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês.”
Dr. Sérgio finalizou com um alerta: “Não espere sentir sintomas para cuidar da sua saúde. Faça exames regularmente, pratique atividades físicas e adote uma alimentação saudável. O colesterol alto é silencioso, mas os danos que ele causa podem ser devastadores.”