Colégio Santanópolis: O Legado de uma das melhores instituições de ensino da Bahia na história de Feira de Santana
A história do Santanópolis é um testemunho de como a educação pode moldar uma cidade e contribuir para seu desenvolvimento.
No “Feira de Santana e Sua História” revisitamos a história de uma das mais importantes instituições educacionais da cidade: o Colégio Santanópolis. Considerado uma referência de ensino na Bahia durante décadas, o colégio tem um papel fundamental na formação de líderes e na modernização de Feira. A professora Sandra Nívea, especialista na trajetória da instituição, compartilhou detalhes sobre a instituição.
“O Colégio Santanópolis foi fundado em 1933, idealizado pelo doutor Áureo Filho, que era um visionário na área de educação”, explicou a professora Sandra Nívea, ressaltando que o colégio foi a primeira escola de ensino secundário oficial da região, reconhecida pelos órgãos governamentais da época.
O Colégio Santanópolis, segundo Sandra, foi mais do que uma simples instituição de ensino. “Costumo dizer que o Santanópolis educou a cidade, e de várias formas”, afirmou. “Além de oferecer instrução, o colégio participou ativamente da cena cultural e esportiva de Feira de Santana, tendo forte tradição no basquete e organizando eventos culturais abertos ao público, como as tertúlias.”
Entre os professores que marcaram a trajetória do colégio, a professora destacou nomes importantes na história da cidade, como Georgina Erismann e Gastão Guimarães. “O colégio foi parte de um projeto de modernização da cidade, idealizado pelo doutor Áureo Filho, mas também apoiado por outros agentes locais que queriam expandir o acesso à educação secundária”, acrescentou.
Antes da fundação do Colégio Santanópolis, os jovens de Feira de Santana que desejavam continuar seus estudos precisavam se deslocar para a capital ou outras cidades.
“Com o Santanópolis, a educação secundária começou a se expandir, beneficiando não só a elite de Feira de Santana, mas também a de cidades vizinhas e até de outros estados”, contou Sandra.
O colégio ocupava uma extensa área central, abrangendo o quarteirão que vai da rua JJ Seabra até a Senhor dos Passos.
“Toda essa área, que hoje é o estacionamento do Caroá, era parte do colégio. A estrutura física e pedagógica eram imponentes, e a escola funcionava em três turnos, com muitos estudantes, inclusive bolsistas”, relembrou a professora.
O Colégio Santanópolis encerrou suas atividades em 1986, após mais de meio século de atuação. “Não pesquisei profundamente os motivos para o fechamento, mas algumas hipóteses podem ser levantadas”, ponderou Sandra. “Uma delas é a expansão do ensino público na cidade. A partir da década de 1960, surgiram outras escolas secundárias, como o Colégio Santo Antônio e, mais tarde, o Polivalente. Isso pode ter levado os alunos a migrar para a rede pública.”
A professora também destacou um aspecto curioso: muitos dos líderes estudantis do Santanópolis foram os que lutaram pela criação do Colégio Estadual, reforçando a demanda por mais escolas públicas. “A escola foi fundamental, mas a oferta de vagas ainda era insuficiente para a demanda crescente”, explicou.
Embora o Colégio Santanópolis não exista mais fisicamente, ele permanece vivo na memória de Feira de Santana e de seus ex-alunos. “Ele formou uma geração de líderes e foi um símbolo de modernização para a cidade”, concluiu a professora Sandra Nívea, que continua estudando a importância da instituição para o cenário educacional e social de Feira.
O colégio pode ter fechado suas portas, mas seu legado segue sendo uma parte essencial da história de Feira de Santana. Como ressaltou Sandra, “é sempre um prazer poder falar da história desse colégio, que foi tão importante na educação e na construção da Feira de Santana que conhecemos hoje.”