Climatério e menopausa: especialistas explicam como mudanças hormonais impactam o peso e a autoestima da mulher
Os especialistas reforçaram a importância de escutar e acolher a mulher 40+
O quadro Saúde em Pauta apresentado pelo Dr. Marcus Marcel falou sobre a saúde da mulher a partir dos 40 anos com a nutróloga Dra. Aline Jardim. O tema central do programa desta semana foi o impacto do climatério na saúde feminina, especialmente nas questões hormonais, metabólicas e na busca por procedimentos estéticos.
Dra. Aline abriu o debate explicando como o metabolismo feminino muda a partir dos 35-40 anos, dificultando a perda de peso mesmo com os mesmos hábitos alimentares.
“É quando a mulher para de se reconhecer no espelho. Ela começa a ganhar gordura que antes não tinha, e muitas vezes passa do sobrepeso para um quadro de obesidade, o que pode levar a esteatose hepática e resistência à insulina”, afirmou.
Ela alertou ainda sobre a importância de não normalizar sintomas do climatério como cólicas intensas, alterações de humor ou fogachos.
“Esses sintomas não são normais, são alertas. Assim como a febre sinaliza algo errado no corpo, o ganho de peso e as alterações emocionais sinalizam mudanças hormonais que precisam ser tratadas.”
Reposição hormonal e sinergismo de tratamentos
Segundo a nutróloga, ainda existe muito tabu em torno da reposição hormonal, apesar de seu papel essencial na qualidade de vida da mulher climatérica.
“A clínica é soberana. Muitas vezes os exames estão normais, mas a paciente já apresenta todos os sintomas. Nós não tratamos exames, tratamos pacientes”, pontuou.
A Dra. Aline destacou ainda o conceito de “sinergismo”, ou seja, a combinação entre hormonioterapia, atividade física, suplementação e alimentação adequada como chave para uma boa resposta clínica.
“Não adianta tomar colágeno se você não dorme bem. O sono influencia na produção de GH, que é fundamental para manter a massa magra e combater a flacidez.”
Cirurgia plástica e avaliação prévia
Em complemento, Dr. Marcus Marcel explicou os riscos e cuidados necessários antes de submeter mulheres 40+ a cirurgias plásticas.
“Muitas dessas mulheres têm pouca massa magra e muita gordura visceral. Se operarmos sem prepará-las, o resultado estético é comprometido rapidamente”, afirmou. Ele reforçou que o ideal é trabalhar a saúde metabólica e hormonal da paciente antes da intervenção cirúrgica.
Dr. Marcus também falou sobre os riscos do uso prolongado de anticoncepcionais e reposição hormonal por via oral, especialmente em pacientes que passarão por cirurgias.
“Isso aumenta o risco de trombose. A via mais segura, segundo artigos científicos, é a subcutânea, com implantes hormonais, que infelizmente ainda são demonizados por desinformação.”
Importância da nutrologia na fase do climatério
Dra. Aline reforçou o papel da nutrologia como pilar nesse processo. “Apenas repor hormônios não vai fazer a mulher ganhar massa muscular nem emagrecer. O tratamento precisa ser integrado. Nutrologia, sono, alimentação, exercício e reposição hormonal andam juntos”, explicou.
O debate também abordou a diferença entre climatério e menopausa. “O climatério começa até 15 anos antes da menopausa. Muitas mulheres com 35 anos já apresentam sintomas, e a perda de libido, ressecamento vaginal e alterações emocionais não podem ser ignoradas”, explicou Dr. Marcus. Ele alertou que, sem diagnóstico e acompanhamento adequados, muitas mulheres acabam sendo tratadas com antidepressivos sem resolver a causa real do problema.
Os especialistas reforçaram a importância de escutar e acolher a mulher 40+. “Muitas se escondem, têm vergonha de falar. Mas precisam ser ouvidas e tratadas. A mulher climatérica pode — e deve — viver com qualidade, autoestima e saúde”, finalizou Dra. Aline.