Climatério com conforto: Ginecologista apresenta novas alternativas além da reposição hormonal
Segundo a especialista, o climatério é o período que antecede a menopausa e pode começar até dez anos antes da última menstruação.
O climatério ainda é cercado de dúvidas e, muitas vezes, confundido com a menopausa. Para esclarecer o tema, a ginecologista Dra. Márcia Suely participou do quadro Mulheres em Pauta e destacou que essa fase de transição pode ser vivida com mais qualidade de vida, mesmo para quem não pode ou não deseja fazer terapia hormonal.
Segundo a especialista, o climatério é o período que antecede a menopausa e pode começar até dez anos antes da última menstruação.
“É uma fase de transição entre a vida reprodutiva e a menopausa. Por muito tempo acreditou-se que era tranquila, mas hoje já sabemos que pode trazer mais de 70 sintomas diferentes, como insônia, ansiedade, queda de cabelo, ondas de calor, alterações de humor e até aumento do risco cardiovascular”, explica Dra. Márcia.
Enquanto a menopausa é uma data, a última menstruação, o climatério é uma fase longa, marcada por oscilações hormonais intensas.
“Na menopausa o corpo já estabilizou a falta de hormônio. O climatério é pior para muitas mulheres porque há muita flutuação: ora estão bem, ora apresentam sintomas fortes”, completa.
A reposição hormonal continua sendo uma das principais formas de tratamento.
“Na maioria dos casos, repor hormônio é o melhor caminho. Mas nem toda mulher pode ou quer fazer isso, e precisamos respeitar. Além disso, só a reposição não basta. Existem outras medidas que ajudam a equilibrar o organismo e até a reduzir a quantidade de hormônio necessária”, afirma a ginecologista.
A médica destacou que cresce o interesse pelos nutracêuticos e fitoterápicos como aliados no manejo dos sintomas.
“O extrato da amora, por exemplo, já tem comprovação científica de que reduz os fogachos e tonturas. Outros ativos importantes são a melatonina, o magnésio, a coenzima Q10 e o resveratrol, que além de antioxidante, melhora a libido por aumentar a vascularização local”, comenta.
Dra. Márcia, no entanto, faz um alerta:
“Automedicação nunca é indicada. A escolha da dosagem e da combinação correta deve ser feita por um profissional qualificado.”
Outro pilar essencial é o exercício físico.
“A musculação é necessária, não apenas recomendada. Ela ajuda na massa muscular e óssea, que caem nesse período. Já a corrida e a caminhada reduzem o risco cardiovascular, que cresce após os 40 anos”, afirma.
Ela lembra ainda do impacto positivo na saúde mental: “Práticas como mindfulness e meditação comprovadamente reduzem ansiedade e melhoram o sono.”
Na dieta, a recomendação é reduzir alimentos inflamatórios como açúcar, glúten e lactose.
“O que não pode faltar são alimentos ricos em fitoestrógenos, como soja, linhaça e vegetais folhosos. Eles ajudam a modular os hormônios de forma natural”, orienta.
Além de terapias e estilo de vida, a medicina dispõe de recursos tecnológicos para amenizar sintomas como o ressecamento vaginal.
“O laser íntimo melhora colágeno, firmeza e lubrificação. O ácido hialurônico, já conhecido para preenchimento facial, pode ser usado injetável na região íntima para hidratação. Também contamos com radiofrequência e outras tecnologias que trazem conforto e até atuam de forma preventiva”, destaca.
Para a Dra. Márcia, a chave está no autoconhecimento e no acompanhamento profissional.
“Não é preciso sofrer no climatério. Busque entender seu corpo e procure um especialista. Há tratamento, com ou sem hormônio, para viver essa fase de forma saudável e tranquila.”
A ginecologista atende na clínica Vitalis e compartilha conteúdos sobre saúde feminina no Instagram @dra.marciasuely