Cid e Braga Netto ficam frente a frente em acareação no STF nesta terça-feira
Anderson Torres e o general Freire Gomes também farão o mesmo procedimento
Réus no processo da trama golpista, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e o general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, ficarão frente a frente em acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (24). A sessão está marcada para começar às 10h, na sede da Corte.
A defesa de Braga Netto, que pediu a acareação, acusa Cid de mentir em seus depoimentos. Na delação, o tenente-coronel relatou que o general lhe teria entregue R$ 100 mil numa sacola de vinho. O dinheiro seria para financiar a operação do golpe. Em outro momento, ele disse que um plano para monitorar e assassinar autoridades foi discutido na casa de Braga Netto. O general nega ambas as acusações.
Outra acareação também acontecerá nesta terça entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que também réu na ação, e o general Freire Gomes, que comandava o Exército à época e está no processo como testemunha.
O procedimento foi solicitado pela defesa de Torres. Seus advogados alegam que há divergências “frontais” entre os depoimentos do ex-ministro e do general Freire Gomes em pontos considerados “nevrálgicos” da denúncia.
As acareações fazem parte das medidas adicionais que podem ser pedidas por acusação e defesa durante a tramitação de uma ação penal. As pessoas cujos depoimentos apresentam contradições são colocadas frente a frente para esclarecer os fatos. Pode ser realizada entre acusados, entre testemunhas ou entre acusados e testemunhas. Durante a audiência, os envolvidos respondem a perguntas e têm a chance de esclarecer os pontos controversos. A sessão é registrada por escrito.