Casos de raiva em equinos e bovinos aumentam na Bahia; estado entra em alerta
Vacinação irregular e a ausência de imunização obrigatória são apontadas como causas principais
A Bahia enfrenta um aumento significativo de casos de raiva em animais, com foco em equinos e bovinos. Em 2025, os equinos tiveram um aumento de 600% nos casos, saltando de 2 para 12 registros no primeiro quadrimestre. Os bovinos mantiveram o mesmo número de casos que em 2024, com 12 até abril, mas ainda recebem monitoramento devido ao tamanho do rebanho. No total, houve 44 confirmações de raiva até agora, um aumento de 18,9% em relação ao ano passado.
Embora o aumento seja considerado dentro do esperado, autoridades estão observando a possível relação com a vacinação. A Bahia completou a maior campanha de vacinação contra a raiva em cães e gatos em 2024, mas a vacinação de animais de produção, como equinos e bovinos, não é obrigatória. A retirada da vacinação obrigatória contra febre aftosa, que ocorria junto à de raiva, pode ter contribuído para a queda na imunização.
A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) observou aumento nas notificações de raiva, com 56 coletas em 2025, sendo 41% positivas. Casos de raiva são mais comuns em animais não vacinados, especialmente equinos, que têm maior contato com os humanos. A atualização cadastral obrigatória dos animais será realizada entre julho e agosto, permitindo a verificação da cobertura vacinal.
Além disso, a presença de morcegos hematófagos, que transmitem a raiva, também é motivo de alerta. Caso produtores encontrem animais “esfoliados” ou morcegos hematófagos em suas propriedades, devem notificar a Adab. A raiva pode ser transmitida por saliva de animais infectados, e o morcego é um vetor importante da doença.