Saúde

Cardiologista explica a relação entre doenças cardiovasculares e problemas de memória

Durante o Momento IDM Cardio, o médico cardiologista Dr. Claudio Rocha explicou a relação entre doenças cardiovasculares e problemas de memória.

14/08/2024 06h37
Cardiologista explica a relação entre doenças cardiovasculares e problemas de memória

A memória é fundamental para a qualidade de vida, auxiliando na realização de tarefas diárias e na preservação da nossa identidade. No entanto, doenças que afetam a memória, como as demências, têm se tornado cada vez mais prevalentes, especialmente entre a população em envelhecimento rápido. Durante o Momento IDM Cardio, o médico cardiologista Dr. Claudio Rocha explicou a relação entre doenças cardiovasculares e problemas de memória.

“A demência é um bicho-papão, todos nós temos medo de ter doenças da memória. À medida que a população envelhece, a prevalência de demências também aumenta. A principal causa de demência é a doença de Alzheimer, que representa cerca de 70% a 80% dos casos. Outras demências são causadas por doenças vasculares, como AVCs”, detalha o especialista.

Dr. Claudio Rocha enfatiza a importância de medidas preventivas para reduzir o risco de demência.

“Medidas como controle da hipertensão, diabetes e colesterol, além de prática regular de atividades físicas e uma dieta balanceada, podem diminuir o risco de demência, porque reduzem o risco das doenças cardiovasculares que estão associadas a problemas de memória”, explica.

O especialista também destaca a necessidade de atenção a partir dos 40 anos, idade em que surgem condições como hipertensão e diabetes.

“Se você tem familiares com doenças cardiovasculares, é importante fazer exames regulares e procurar um cardiologista para monitorar sua saúde”, aconselha Dr. Claudio.

Além disso, o cardiologista enfatiza a relevância da ginástica cerebral. “Trabalhar a parte cognitiva, como aprender um novo instrumento musical ou fazer exercícios mentais, pode ser benéfico. Embora ainda não haja estudos robustos que comprovem isso, observa-se que pessoas com alta formação científica tendem a ter menor risco de demência”, comenta.

Sobre o impacto do estresse e da automedicação, Dr. Claudio alerta: “O transtorno de ansiedade, por exemplo, pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares e demências vasculares. A automedicação também é um problema sério, pois pode levar à substituição de medicações eficazes por suplementos que não têm comprovação científica de benefício para a memória.”

O cardiologista finaliza ressaltando que a automedicação pode ser perigosa. “Um paciente substituiu sua medicação para doença cardiovascular por ômega-3 e acabou sofrendo um infarto. Não temos evidências de que suplementos como ômega-3 reduzam o risco de demência”, conclui.

Dr. Claudio Rocha reforça a importância de buscar orientação médica adequada e não abandonar tratamentos prescritos, mesmo quando se está bem. “Não existe fórmula mágica para prevenir doenças da memória. A prevenção envolve cuidados contínuos com a saúde cardiovascular e a manutenção da atividade cognitiva”, conclui.

Para aqueles com histórico familiar de demência, o Dr. Claudio recomenda monitoramento regular e discussão com um médico assistente.

“Ainda não há provas definitivas de que a genética seja um fator predominante, mas é importante estar atento e realizar exames preventivos”, diz.

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